Economia

PF faz operação contra fraudes no seguro-desemprego em SP

Cerca de 40 agentes federais realizaram mandados de busca e apreensão na segunda-feira. Cinco pessoas devem ser indiciadas por fraudar sistemas de concessão do benefício

SÃO PAULO - A Polícia Federal deflagrou na segunda-feira em São Paulo a operação "Reemissão" contra fraudes na concessão do seguro-desemprego. Quarenta policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na capital e em três outras cidades da região metropolitana (Franco da Rocha, Juquitiba e Caieiras). A operação também envolveu buscas e apreensões em Juazeiro do Norte, no Ceará.

De acordo com a PF, a partir de uma comunicação do Ministério do Trabalho informando que vários agentes credenciados teriam fraudado o sistema de concessão dos benefícios. Funcionários de Postos de Atendimento ao Trabalhador (PATs) utilizavam requerimentos de seguros-desemprego já pagos e, a partir de uma sequência de alterações no dados cadastrais, burlavam os sistemas de controle e conseguiam a liberação de parcelas adicionais.

Além disso, voltavam a emitir essas mesmas parcelas em nome de outras pessoas, cujos recursos eram sacados em agências bancárias. Pelos cálculos da PF, foram realizados pelo menos 300 saques em lotéricas entre janeiro de 2010 e março de 2011, totalizando R$ 786 mil em benefícios pagos indevidamente.

Como as fraudes foram praticadas nos sistemas de concessão dos benefícios, a operação concentrou-se na apreensão de documentos que comprovassem a aquisição de bens pelos fraudadores pagos com os recursos desviados.

O delegado da PF encarregado da operação, Ricardo Carriel, informou que embora não tenha havido prisões, pelo menos cinco pessoas serão indicadas por crime ainda esta semana. Paralelamente, foi decretado o bloqueio judicial de contas bancárias. Uma medida cautelar da Justiça ainda proíbe que um dos envolvidos se ausente de sua cidade.

Os investigados responderão pelos crimes de estelionato, inserção de dados falsos em sistemas de informação e lavagem de dinheiro, cujas penas podem chegar a 10 anos de prisão.