Carlos Fadigas, presidente da Braskem, e MagdaChambriard, diretora da ANP (Foto: Lilian Quaino/G1)
O campo de Franco, no pré-sal da Bacia de Santos, pode ter tamanho maior que o da reserva de Libra, disse nesta quarta-feira (13) a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard.
Segundo ela, os campos de Franco - na cessão onerosa -, de Lula e de Libra poderão produzir juntos em 2020 algo em torno de 120 milhões de metros cúbicos de gás por dia, calculou a diretora-geral, durante participação no Ciclo de Seminários para Desenvolvimento do Rio de Janeiro.
Com isso, disse ela, a situação de deficiência no fornecimento de gás para o mercado brasileiros será equalizada.
"O déficit na balança comercial em químicos mostra a dificuldade que a petroquimica enfrenta em relação a esses insumos. Mas o gás está chegando em volume suficiente para contribuir muito na equalização desses pesos. Há muito trabalho e planejamento pela frente, mas nós, da ANP, não vemos nada que possa impedir que esse objetivo seja atingido, disse.
Campo de Franco
Ela afirmou ainda que a tríade formada por Lula, Libra e Franco - "de porte talvez maior que Libra", segundo disse, necessitará de mais 20 plataformas. "Cada plataforma vai trazer para a terra dois milhões de metros cúbicos por dia de gás", explicou.
"Lula, Franco e Libra são coisas muito grandes. Não vou citar números de Franco porque estão protegidos por regras de confidencialidade, mas se olhar o comunicado da Petrobras aos investidores a respeito de poços em Franco se vê que as espessuras são grandes", acrescentou ela, ressaltando que a espessura a coluna de óleo de Libra é do tamanho do Pão de Açúcar.
Segundo Magda, o volume do campo de Franco só poderá ser anunciado após a certificação do campo, que começa em 2014.
Magda afirmou ainda que dez empresas já apresentaram garantias para participar da 12ª rodada de licitações para exploração de gás em blocos de terra, a ser realizada no próximo dia 28.
Patrick Horbach Fairon, gerente-executivo de Petroquímica da Petrobras, disse que em 2020 a companhia estará processando 44 milhões de metros cúbicos de gás. Essa produção poderá melhorar o preço do gás.
"O preço é uma equação extremamente complicada. Estamos como os Estados Unidos estavam em 2006 ou 2007 - o shale gas tinha sido descoberto, com enormes perspectivas de produção de gás, mas os projetos concretamente estão ocorrendo agora. Esse gás todo vai estar disponivel daqui a cinco ou seis anos", disse. "Toda a matriz de gás da Petrobras considera o gás importado na precificação. O preço é muito impactado por isso. No futuro, pode ter ajuste nesse preço, colocando a indústria petroquíica num outro patamar por causa do gás", acrescentou.
