Perspectivas de maior liberalização do mercado na China, potencializadas pela estratégia do Banco Central brasileiro em suas intervenções no câmbio, fizeram o dólar cair 2% nesta segunda-feira (18), voltando a ficar abaixo de R$ 2,30.
Perto das 14h, a moeda tinha desvalorização de 1,96%, a R$ 2,2762 para a venda. Veja cotação
"O mercado gostou das medidas da China, enxergando um caminho para que a economia do país se torne mais competitiva, o que favorece as moedas relacionadas a commodities, com estreita relação comercial com a China (como o real)", afirmou à Reuters o estrategista-chefe do Banco Mizuho Luciano Rostagno.
A China anunciou na sexta-feira seu mais ousado conjunto de reformas econômicas e sociais em quase três décadas, ao suavizar a política de filho único e ampliar a liberalização dos mercados com o objetivo de colocar o país, segunda maior economia do mundo, em uma plataforma mais estável.
A queda do dólar no Brasil acompanhava o movimento no cenário externo, mas era mais intensa, segundo especialistas, por causa da atuação do BC. Nesta tarde, a autoridade monetária fará o quarto leilão de swap cambial tradicional para rolar os contratos que vencem em 2 de dezembro.
Serão ofertados 20 mil contratos para 1º de agosto de 2014. Depois da rolagem desta segunda, se acontecer integralmente, restarão cerca de US$ 6 bilhões para serem rolados do total de pouco mais de US$ 10 bilhões que vencem.
"Já é realidade que o BC vai rolar todo o vencimento e isso está ajudando a dar o alívio ao dólar", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira, à Reuters.
Nesta manhã, o BC ainda deu continuidade ao seu programa de atuações diárias, com a venda de 250 contratos com vencimento em 5 de março e 9.750 contratos com vencimento em 2 de junho. No total, o volume financeiro equivalente das operações foi de US$ 495,8 milhões, diz a Reuters.
Na quinta-feira (15), a moeda fechou em queda de 0,57%, a R$ 2,3216.
