MADRI - Sucesso entre crianças em idade pré-escolar, o desenho animado Pocoyó pode parar de ser produzido por problemas econômicos. Nesta semana, a produtora da animação, a espanhola Zinkia, entrou com um pedido de recuperação judicial - estratégia para tentar evitar a falência - após ter falhado em levantar fundos para cobrir caixa e honrar vencimentos imediatos.
A produtora, que assim como outras empresas do país, sofre com os efeitos da crise financeira na Espanha, emitiu, recentemente, bônus de dívidas pelos quais pretendia levantar € 7,2 milhões (cerca de R$ 22 milhões). O objetivo era atrair pequenos investidores a comprar títulos com juros de 11% ao ano. No entanto, o mercado foi alertado pela Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV, equivalente à brasileira CVM) sobre o alto risco do investimento, já que a empresa é endividada. Com isso, a emissão não surtiu o efeito esperado, segundo fontes do setor.
Diante do fracasso da tentativa de levantar fundos, a empresa resolveu recorrer à proteção da justiça, para tentar refinanciar suas dívidas. Em nota, a Zinkia afirmou que influenciaram na decisão a análise da situação financeira, previsão de tesouraria a curto prazo e dificuldades para cumprir vencimentos.
A Zinkia foi criada em 2001 e ingressou na bolsa de Madri em 2009. No ar em mais de 100 países, o Pocoyó é o carro-chefe da produtora. Além dos desenhos animados, o personagem rendeu outros produtos, como aplicativos e jogos para smartphones e brinquedos.