Economia

Postagens polêmicas nas redes sociais no Brasil e no exterior

Eike Batista e presidente da Netflix usaram contas pessoais para divulgar dados de empresas

SÃO PAULO - O uso de redes sociais para divulgação de informações de empresas ganhou destaque nos últimos tempos com o uso do assunto do Twitter pelo empresário Eike Batista que postava informações das empresas do Grupo EBX. As empresas X passam por uma crise de confiança dos investidores e suas ações se desvalorizaram nos últimos meses.

No Twitter, por exemplo, Eike postou em abril que o Superporto de Açu havia recebido investimento de R$ 3,5 bilhões. No mês de março, Eike escreveu que a OGX já havia começado a instalar novos poços em 2013 para iniciar uma grande virada no próximo ano. Ele também usou a rede social para rebater números de suas empresas publicados por diversos veículos de comunicação.

Em julho, a OGX anunciou que a produção caiu 40% ante junho por problemas em Tubarão Azul, e que não investirá no aumento da produção desse poço, localizado na Bacia de Campos. A empresa disse ainda que a extração nesse campo poderá parar no ano que vem, citando que no momento não há tecnologia capaz de viabilizar os investimentos adicionais.

Outros três campos - Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia - que começariam a produção este ano, tiveram o cronograma interrompido, já que a companhia concluiu que não existe tecnologia capaz de torná-los economicamente viáveis. E o Superporto do Açu, no litoral de São João da Barra, foi vendido recentemente para Grupo EIG. A partir de maio, as postagens de Eike no Twitter ficaram mais escassas.

Polêmicas nos EUA

Nos Estados Unidos, o presidente-executivo da Netflix, Reed Hastings, usou sua página pessoal do Facebook para informar o número de horas vistas e filmes e séries de TV em junho de 2012. A Securities and Exchange Comission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais nos EUA, abriu um inquérito para investigar este post.

Embora a SEC tenha autorizado que as companhias poderiam usar o Twitter, Facebook e outras mídias sociais para fazer anúncios-chave, o anúncio causou mal-estar. Mesmo assim, a SEC não abriu um processo formal porque havia incertezas de como aplicar regras de divulgação em mídias sociais.

Outro caso famoso ocorreu em agosto, quando o megainvestidor ativista Carl Icahn divulgou em sua conta no Twitter, antes de informar os reguladores dos EUA, que fez um grande investimento na fabricante do iPhone e iPad. Em português, ele afirmou: "Tive uma boa conversa com Tim Cook [CEO da Apple] hoje. Expus minha opinião sobre como uma recompra maior [de ações] deve ser feita agora. Pretendemos falar novamente em breve".

As ações da Apple tiveram elevação de quase 5% na bolsa eletrônica Nasdaq pouco depois do anúncio, chegando a ser negociadas a US$ 491,8, porém, encerraram o pregão a US$ 489,57. O investidor não contou qual teria sido a porcentagem adquirida na empresa - nem o montante que foi pago - mas especulações no mercado indicam que teria aplicado mais de US$ 1 bilhão na empresa.