Economia

ANP pode pedir novos estudos sobre reservas da OGX

Segundo agência, petrolífera de Eike Batista já submeteu um novo plano de desenvolvimento de campos

RIO - A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, disse nesta segunda-feira que pode pedir para a OGX, petroleira de Eike Batista, que entrou semana passada com pedido de recuperação judicial, novos estudos sobre suas reservas. Magda frisou ainda que esse tipo de pedido por ser feito a qualquer companhia.

- Normalmente, a gente pede (novos estudos). Independentemente dos estudos deles, existe todo um trâmite de discussão desses projetos internamente na ANP - disse Magda, que participa da abertura da oitava edição da SPETRO, organizado pelo Curso de Engenharia de Petróleo da UFRJ.

Em junho de 2012, a OGX reviu produção do campo Tubarão Azul, na Bacia de Campos, de 20 mil para 5 mil barris de óleo diários em cada um dos dois poços do campo. Um ano depois, em julho de 2013, o campo, o único em produção, paralisou a produção.

No mesmo dia, informa que outros três campos (Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia) na Bacia de Campos foram considerados inviáveis por falta de “tecnologia capaz de tornar economicamente viável (seu) desenvolvimento”. Eles tiveram a comercialidade declarada em março.

Depois, em outubro de 2013, divulgou uma nova certificação das reservas de Tubarão Martelo, também na Bacia de Campos, mostrando que as reservas são um terço do estimado pela OGX em abril de 2012, quando foi declarada a comercialidade do campo.

Na época, a companhia estimou um volume recuperável de 285 milhões de barris de óleo equivalente (inclui óleo e gás). Os números novos também mostraram que não há reservas classificadas na categoria com maior probabilidade de recuperação.

No último domingo, o jornal "Folha de S.Paulo" revelou que os diretores da companhia sabiam desde 2012 que os campos da companhia, na Bacia de Campos, estavam abaixo das previsões iniciais.

Magda lembrou ainda que a OGX já tinha pedido a postergação dos planos de desenvolvimento de Tubarão Areia, Gato e o de Tigre, que foram negados pela ANP. Segundo a ANP, a OGX já submeteu os novos planos de desenvolvimento desses três campos, que estão sendo analisados pela agência.

- Já submeteu (esse novo plano). A única questão nossa é que existe uma cláusula explícita que fala sobre recuperação judicial. E a ANP poderá ou não cancelar o contrato. Só será cancelado se houver inadimplemento de objeto. Eles não podem inadimplir em nada, como pagamento de royalties, submissão de plano de desenvolvimento, de planos de avaliação e relatórios anuais de trabalho e de orçamento. Tudo que envolve o contrato, que é esse o objeto - ressaltou.