Edição do dia 11/04/2012

11/04/2012 13h20 - Atualizado em 11/04/2012 14h28

Economista explica as diferenças entre consórcio e financiamento

Na hora de comprar um carro ou imóvel, muitos brasileiros ficam na dúvida. A principal diferença é o valor final do produto para o consumidor.

Alessandro TorresFortaleza, CE

De consórcio em consórcio, o comerciante José França Filho conseguiu a casa própria e ainda encheu a garagem. A moto foi sorteada na segunda parcela. A caminhonete e o imóvel, ele comprou com carta de crédito. O documento tinha o valor equivalente ao bem adquirido. “Faço um consórcio, pago, quito a longo prazo e entra o dinheiro da carta de crédito na minha conta. Aí eu compro o bem tipo a casa, o carro".

No ano passado, segundo o Banco Central, o número de cotas comercializadas foi recorde, quase 2,5 milhões. Assim como José, muitos fazem do consórcio um investimento.

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“Você pode utilizar ele para ir pagando e retirar logo seu bem. Como você pode utilizá-lo para fazer aquela poupança e retirar no final do plano", explica Jacinta Fernandes, gerente de consórcio.

Ao contrário da poupança, em que você pode retirar o dinheiro a qualquer momento, no consórcio é preciso ser sorteado ou dar um lance e, mesmo em caso de desistência, você só recebe o que pagou depois do prazo previsto para todas as prestações.

Além disso, no consórcio, o consumidor paga a taxa de administração de até 16% do valor do veículo ou até 20% no caso dos imóveis. Também é cobrado um fundo de reserva para cobrir despesas de responsabilidade do grupo, como a falta de pagamento de um consorciado, durante o período do contrato.

“Ao final desse prazo, todo mundo pagou em dia, todo mundo cumpriu com suas obrigações. Você vai receber aquele fundo de reserva, que vai ser rateado com todos que compõe o grupo, e corrigido monetariamente", diz Antônio Carlos Azevedo, promotor de Justiça e Defesa do Consumidor.

A simulação do conselho de economia leva em conta um carro popular de R$ 26.715. No financiamento, em 60 meses sem entrada, as parcelas ficariam em R$ 825,85. Ao final, o consumidor pagaria R$ 49.551.

No consórcio, as prestações seriam de R$ 537,75 e o total gasto seria de R$ 32.265. O que vai definir a escolha é a necessidade imediata do bem, como explica o economista Célio Fernando Bezerra. “Recomendar um consórcio é para disciplina mesmo. Tem o prêmio? Tem, mas, também não é para consumir hoje. A melhor forma de você adquirir um bem é você, primeiro, guardando dinheiro, para depois poder consumir".

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