06/11/2013 17h21 - Atualizado em 06/11/2013 17h32

Bovespa fecha em queda com temor sobre situação fiscal do país

Ibovespa fechou em queda de 0,83%, a 53.384 pontos.
Possibilidade de redução de estímulos monetários nos EUA preocupa.

Do G1, em São Paulo

O principal índice acionário brasileiro teve sua segunda baixa seguida nesta quarta-feira (6), em meio ao nervosismo quanto à situação fiscal do Brasil e à política monetária dos Estados Unidos, com destaque para ações de bancos e da PDG Realty, que mostrou prejuízo trimestral.

O Ibovespa fechou em queda de 0,83%, a 53.384 pontos. Veja cotação

Na semana, há queda de 1,16% e no mês, de 1,61%. No ano, a desvalorização é de 12,42%.

"Vários fatores somados estão gerando esse movimento (de queda): tanto os balanços de companhias mais fracos quanto a perspectiva de números norte-americanos que podem ditar a política de redução de incentivos e a piora das contas brasileiras", afirmou à Reuters o economista Fausto Gouveia, da Legan Asset.

A bolsa teve um dia de queda generalizada, guiada por ações de bancos como Itaú Unibanco e Banco do Brasil, que já recuaram na sessão anterior, conforme o mercado continuava se ressentindo de preocupações com o cenário fiscal doméstico.

O desempenho do setor público em setembro praticamente enterrou as chances de o governo cumprir a meta de superávit primário do ano, despertando preocupações quanto à nota de crédito do país.

No cenário externo, permanecia a espera pela divulgação na sexta-feira do esperado relatório de emprego dos Estados Unidos, cujo resultado deve ser determinante na decisão do banco central local sobre quando reduzir seu programa de estímulos à economia.

Do lado corporativo, PDG Realty recuava com força, após a construtora ter reportado na noite da véspera prejuízo trimestral de R$ 111,3 milhões, ante lucro no mesmo período de 2012.

"Os números vieram abaixo das estimativas. O resultado foi impactado pelo menor número de lançamentos e alto nível de cancelamento das vendas e projetos", afirmou à Reuters o diretor da Ativa Corretora, Ricardo Correa, em relatório.

Em menor proporção, outros papéis do setor de construção também recuavam. "O setor está sofrendo como um todo, com as pessoas falando sobre o aumento das taxas de juros e um comportamento cauteloso por parte de consumidores", afirmou à Reuters Debora Morsch, sócia da Zenith Asset Management.

A MMX foi outro destaque de queda. A ação recuou nos últimos três pregões, depois de ter registrado alta de 41,67% na quinta-feira passada. Em comunicado enviado ao mercado na sexta, a mineradora disse desconhecer "a causa exata das oscilações registradas na cotação de suas ações", mas citou "possíveis especulações de mercado" após ter vendido o controle do Porto Sudeste.

A queda do Ibovespa não foi maior por conta do impulso dos papéis da exportadora Vale, que divulga seus números trimestrais após o fechamento do mercado. Analistas consultados pela Reuters esperam que o lucro da empresa praticamente dobre no terceiro trimestre na comparação anual.

Gafisa foi outro destaque positivo, após a incorporadora divulgar que seu lucro mais que triplicou no terceiro trimestre deste ano. Fora do índice, se destacaram neste pregão os papéis de OSX Brasil e Lupatech.

A OSX recuou após a empresa confirmar reportagem da Reuters sobre acordo com bancos para rolagem de empréstimo-ponte de R$ 461 milhões, operação que dá força para que a companhia faça um iminente pedido de recuperação judicial, segundo fontes próximas do assunto.

A Lupatech disparou após o anúncio de que o Conselho da empresa aprovou plano de reestruturação da dívida incluindo proposta de troca de 85% das debêntures e bônus perpétuos por ações.

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