Economia

Puxada por alimentos, prévia da inflação sobe 0,57% em novembro

Considerando os últimos 12 meses, o índice está em 5,78%, abaixo do teto da meta. Em novembro de 2012, a taxa havia ficado em 0,54%

RIO - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,57% em novembro, segundo os dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE, pouco acima do 0,48% registrado em outubro. Com isto o acumulado no ano situou-se em 5,06%, bem próxima aos 5,05% relativos a igual  período de 2012. Considerando os últimos 12 meses, o índice está em 5,78%, acima dos 5,75% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2012, a taxa havia ficado em 0,54%.



Segundo o instituto, dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA-15, sete apresentaram, em novembro, variações acima das registradas no mês de outubro. Destaque para os artigos de Vestuário, que ficaram com a maior alta.

Porém, apesar de os artigos de vestuário terem despontado no mês, foi o grupo Alimentação e Bebidas (alta de 0,84%) que mais pesou no indicador, dono de 0,21 ponto percentual do índice total. Isoladamente, o item carnes subiu 2,34% e deteve 0,06 ponto percentual do índice, e registrou o maior impacto.

Na sequência, vieram a refeição consumida em restaurante, cuja variação foi de 0,83%, impactando em 0,04 ponto, e o tomate, que ficou 23,36% mais caro, produzindo impacto de 0,04 ponto percentual também. Além destes, outros alimentos importantes  passaram a custar mais de outubro para novembro, a exemplo do macarrão (2,15%), frango em pedaços (1,69%) e pão francês (1,09%).

- É a primeira primeira vez que o índice deste ano supera o do ano anterior desde junho - afirma o economista Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores. - A variação acumulada em 12 meses de Alimentos de e bebidas suspendeu tendência de queda observada nos últimos seis meses, registrando em novembro de 2013 alta de 8,93%, 0,1 ponto percentual acima do mês anterior. - diz Castro.

Já no grupo das Despesas Pessoais (0,68%), o item empregado doméstico ficou com o destaque, registrando alta de 0,97%, empatando com a refeição e com o tomate na relação dos principais impactos. Outros itens chamam atenção no grupo das Despesas: excursão (2,40%) e cigarro (1,15%). No caso do cigarro, o IBGE afirma que o avanço é por conta do reajuste médio de 13% ocorrido a partir do dia 02 de novembro em parte das regiões pesquisadas.

As passagens aéreas apresentaram alta de 6,56%, exercendo pressão no grupo dos Transportes, que subiu 0,39%. Isso junto com os combustíveis, com registro de alta de 0,31% nos preços do litro da gasolina e de 1,02% no etanol. As passagens dos ônibus interestaduais também foram destaques no grupo já que ficaram 3,00% mais caras.

Além dos já citados, os grupos Educação (0,09%) e Comunicação (0,28%) apresentaram aceleração na taxa de variação de outubro para novembro, com os serviços de telefonia celular (0,88%) exercendo pressão sobre Comunicação.

Habitação (0,50%) e Artigos de Residência (0,55%) mostraram taxas inferiores às registradas no mês anterior (0,67% e 0,97%, respectivamente). Aluguel (de 1,02% em outubro para 0,50% em novembro), condomínio (de 0,90% para 0,25%) e gás de botijão (de 2,36% para 0,81%) fizeram Habitação recuar. Enquanto isto os eletrodomésticos (de 1,54% para 0,79%) e mobiliário (de 1,11% para 0,51%) descomprimiram a taxa dos Artigos de Residência.

- Com base nos dados do IPCA-15 e de outras informações correntes, reduzimos a projeção para o IPCA do mês fehado, de 0,63% para 0,59% - afirma Elson Teles, economista do Itaú.

Inflação por região

Dentre os índices regionais,  as maiores altas ocorreram no Rio de Janeiro (0,76%) e Fortaleza (0,75%). No caso do Rio, houve aumento na taxa de água e esgoto (2,23%) que refletiu o reajuste de 6,27% em 1º de novembro, além de aumento nas contas de energia elétrica (1,26%), em virtude do reajuste de 6,20% concedido por uma das concessionárias que abastece a região, a partir de sete de novembro.

Já em Fortaleza, o destaque ficou com o item alimentação fora do domicílio (1,82%). O menor índice foi o de Recife (0,33%), onde os alimentos (0,02%) apresentaram a menor variação entre as áreas pesquisadas.

Pesquisa Focus do Banco Central divulgada na segunda-feira mostrou que os economistas agora preveem que o IPCA encerrará este ano a 5,84%, ante 5,85% anteriormente. E para 2014, a projeção passou a 5,91%, ante 5,93%.

No último levantamento da inflação, pressionado pelos preços de alimentos, o IPCA acelerou a alta a 0,57% em outubro, mas em 12 meses a inflação mostrou desaceleração, em resultados levemente melhores do que o esperado.