25/11/2013 17h21 - Atualizado em 25/11/2013 17h32

Bovespa fecha em queda por temor com situação fiscal brasileira

Bolsa abriu em alta com acordo com Irã, mas depois passou a cair.
Ibovespa caiu 1,02%, a 52.263 pontos.

Do G1, em São Paulo

O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta segunda-feira (25), ignorando o ânimo trazido a mercados externos por um acordo entre o Irã e potências mundiais em meio ao mau humor com a situação fiscal brasileira e perspectivas de juros maiores.

O Ibovespa caiu 1,02%, a 52.263 pontos. Veja cotação

No mês, a bolsa acumula queda de 3,67% e no ano, de 14,26.

O índice teve um dia de volatilidade, tendo iniciado a sessão em alta, alinhado com os mercados internacionais, mas devolvido os ganhos mais tarde. Com a abertura das bolsas norte-americanas, ensaiou uma recuperação, mas passou a cair com mais força puxado pelo setor financeiro.

"Não estamos seguindo os ganhos dos mercados externos porque as coisas aqui estão bastante complicadas, com um cenário de deterioração fiscal e maiores taxas de juros", disse à Reuters o sócio da Órama Investimentos Álvaro Bandeira, referindo-se ao pessimismo trazido pelo resultado pior que o esperado sobre o déficit primário de setembro. Na sexta-feira, serão divulgados os dados referentes a outubro.

Além disso, praticamente todas as apostas do mercado apontam para uma elevação da taxa básica do juro em 0,5 ponto percentual ao fim da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na quarta-feira, fazendo a Selic voltar ao patamar de dois dígitos depois de quase dois anos.

Aliado à incerteza sobre o futuro da política de estímulos monetários do banco central norte-americano, tal cenário se sobrepunha ao bom humor internacional provocado por um acordo do Irã e potências mundiais para limitar o programa nuclear do país islâmico, alcançado no fim de semana.

Além de papéis de pesos-pesados como Vale e Petrobras, ações de bancos apareciam entre as maiores pressões sobre o Ibovespa, com destaque para Banco do Brasil e Itaú Unibanco, que fecharam em queda.

Nesta semana, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) começará a julgar a correção de perdas das cadernetas de poupança em diversos planos econômicos do passado. Uma decisão favorável a poupadores poderá trazer impacto sistêmico aos bancos, afirmou à Reuters uma importante fonte da equipe econômica ligada ao assunto.

No outro sentido, Gol teve maior, depois de divulgar mais cedo seus dados operacionais de outubro. A compania anunciou alta de 14% no indicador que mede preços de passagens (yield) sobre o mesmo mês do ano passado, e a taxa de ocupação das aeronoaves terminou outubro em 73,7%, maior nível registrado em 2013.

Além disso, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, afirmou a analistas e investidores nesta segunda-feira que a empresa poderá voltar a cortar oferta de voos domésticos em 2014, dependendo da performance da economia.

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