27/11/2013 20h24 - Atualizado em 27/11/2013 20h59

Anefac vê mais equilíbrio entre rendimento de poupança e de fundos

Juros foram elevados nesta quarta-feira de 9,5% para 10% ao ano.
Fundos com taxa abaixo de 2% ao ano rendem mais do que poupança.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa básica de juros da economia brasileira de 9,5% para 10% ao ano, nesta quarta-feira (27), passou a haver um "equilíbrio" maior entre os rendimentos da caderneta de poupança e dos fundos de renda fixa, segundo análise da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Isso ocorre porque o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic. Já o rendimento das cadernetas, quando a taxa de juros está acima de 8,5% (o que acontece desde agosto), é fixo em 6,17% ao ano mais a variação da TR.

"Os fundos de investimentos vão ter um rendimento superior às contas da poupança quando suas taxas de administração forem inferiores a 2%. Ou seja passa a haver um equilíbrio entre os rendimentos dos fundos e das cadernetas de poupança", avaliou a Anefac em relatório.

Segundo o vice-presidente da entidade, Miguel Ribeiro de Oliveira, geralmente taxas de administração abaixo de 2%, para investimentos em fundos de renda fixa, são obtidas para aplicações acima de R$ 50 mil. Ele observou, entretanto, que os bancos costumam levar em consideração outros fatores ao fixar a taxa de administração das aplicações em fundos. Se os clientes possuem outros produtos da instituição financeira, como consórcios e seguros, por exemplo, podem obter taxas mais baixas.

"O que vínhamos observando nas reuniões passadas do Copom, quando os juros estavam em até 9,5% ao ano, a poupança ganhava dos fundos na maioria das situações. Agora, os fundos passam a se destacar um pouco mais", declarou Miguel Ribeiro.

Miguel Ribeiro acrescentou porém, que, para os pequenos poupadores, a poupança continua sendo um bom negócio. De acordo com a Anefac, a poupança ainda ganha dos fundos na maioria das situações sendo que, quanto menor o prazo de resgate da aplicação bem como quanto maior for a taxa de administração cobrada pelo banco, maior vai ser a vantagem da poupança frente aos fundos.

selic-10-materia (Foto: Arte/G1)

Fundo de reserva
Especialistas avaliam que, independente do rendimento, a caderneta de poupança ainda é uma boa opção de investimento para pequenos poupadores, para pessoas que buscam aplicações de curto prazo ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências – uma vez que não há incidência do Imposto de Renda.

Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto, programa do governo de compra de títulos públicos pela internet, há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.

Número de poupadores
Dados do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), consolidados pelo Banco Central, mostram que a caderneta de poupança continua atraindo milhões de pessoas. No fim de 2012 (último dado disponível), 108,9 milhões de pessoas possuíam valores depositados na caderneta de poupança.

Os números mostram que houve crescimento no ano passado, mesmo com a alteração nas regras do rendimento da poupança, visto que, no fechamento de 2011, o número de poupadores estava em 97,9 milhões de pessoas.

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