BUENOS AIRES - O governo argentino confirmou nesta quinta-feira o nome do sucessor do secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, que renunciou e deixará o cargo no próximo dia 2 de dezembro. Em seu lugar assumirá Augusto Costa, um economista de 38 anos, amigo e antigo colaborador de Kicillof. O novo secretário deixará o posto de secretário de Relações Econômicas Internacionais do Ministério das Relações Exteriores.
Em seu primeiro dia como novo chefe de gabinete argentino, Jorge Capitanich, ex-governador da província de Chaco, assegurou que nos próximos dias o governo não fará “grandes anúncios em matéria econômica” e, em relação ao mercado cambial, uma das principais preocupações de economistas locais, o funcionário disse que “temos um tipo de câmbio flutuante e a intenção é aumentar o fluxo de divisas e reservas”.
O que Capitanich não informou é qual será a estratégia da Casa Rosada para recuperar as reservas do Banco Central, que este ano recuaram mais de US$ 9 bilhões e hoje alcançam em torno de US$ 32 bilhões.
Nos primeiros anos de governo de Cristina, que chegou ao poder em dezembro de 2007, as reservas do BC atingiram US$ 52 bilhões. As drásticas restrições no mercado cambial, que limitaram de forma expressiva a venda de dólares no mercado oficial, não conseguiram conter a sangria de reservas. A demanda de dólares é intensa e esta semana o dólar paralelo voltou a superar os 10 pesos.
- Haverão medidas que permitirão condições de previsibilidade - limitou-se a dizer Capitanich, que tem uma antiga relação com o novo ministro da Economia, Axel Kicillof. Ambos chegaram a escrever um livro juntos e Kicillof, de 42 anos, foi assessor do ex-governador.
O novo chefe de gabinete convocou a imprensa para uma coletiva, o que é uma novidade na Casa Rosada, já que seu antecessor, Juan Manuel Abal Medina, como a maioria dos ministros argentinos, praticamente não tinha contato com jornalistas.
Mercado comemora saída de Moreno
O mercado financeiro de Buenos Aires comemorou a saída de Guillermo Moreno da Secretaria de Comércio Interior. O Barclays classificou a demissão do então xerife da economia argentina como uma mudança positiva na política econômica. Para o Citibank a saída do secretário "vai recuperar a credibilidade do sistema de estatísticas nacional".
A indicação de Kicillof como ministro da Economia não foi efusivamente recebida pois, segundo diversos analistas, ainda há muitas incógnitas a serem resolvidas, como na política cambial. O JPMorgan vai mais além e prevê impacto negativo para os mercados, na medida em que ele mostra maior simpatia por medidas nacionalistas.