Não é difícil encontrar quem nunca ouviu falar em fibromialgia. Pode não parecer, mas estimativas médicas apontam que a doença atinge pelo menos 2,5% da população brasileira.
A fibromialgia não tem cura e se caracteriza por dores intensas por todo o corpo, distúrbios do sono e fadiga. É uma doença relativamente nova. Só foi catalogada pela organização mundial de saúde em 1990. Por isso, não há muitos estudos sobre o assunto.
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Mas uma coisa é certa. Segundo os médicos, as mulheres são bem mais suscetíveis: de cada dez casos, apenas dois são em homens. "Ela tem fatores hormonais e fatores psicossociais que pioram o quadro fibromiálgico, pioram a dor difusa, pioram a dor crônica. Portanto, elas são mais sensíveis aos fatores dolorosos", explica Antônio Henrique Corral, médico reumatologista.
Duas vizinhas unidas pela dor. Viviane de Biazzi e Joaquina Maria Nascimento ficaram bem mais amigas depois que descobriram que sofriam da mesma doença. "Mal eu consigo fazer a comida. Se eu passar um pano na casa, levo o resto do dia com febre, dores mesmo", diz Joaquina.
Uma limitação muitas vezes incompreendida porque a dor é invisível.
"Existe um grande percentual dos médicos que não aprenderam sobre o tratamento da fibromialgia e não conhecem a doença, o que dificulta porque esse descrédito leva a uma piora do quadro emocional dos pacientes", diz o reumatologista.
Mais de 20 comprimidos por dia. Aos 34 anos, Cristian luta contra a dor. Tem até uma bomba de morfina no corpo. Sem conseguir muitas informações sobre a doença, ele decidiu junto com amigos fundar uma associação virtual. Já tem mais de 1300 associados, que se uniram para tentar entender um pouco mais a fibromialgia. "A gente resolveu parar de reclamar somente e tentar fazer alguma coisa pra mudar a situação da gente e de nossos amigos que sofrem tanto", conta o aposentado Cristian Salemme.