Edição do dia 03/01/2014

03/01/2014 20h56 - Atualizado em 03/01/2014 22h24

Polêmica dos simuladores de direção pode suspender emissão de CNH

Quem começar o processo para tirar carteira de motorista será obrigado a ter aulas em simuladores. O Denatran reconhece a demora. Mas acredita que não irá atrasar a vida dos alunos.

A partir de agora, quem começar o processo para tirar carteira de motorista será obrigado a ter aulas em simuladores de direção.

O Departamento Nacional de Trânsito afirma que a medida serve para melhorar o aprendizado. Mas a medida, além de encarecer o preço das aulas, vem causando polêmica em vários estados.

Parece um vídeo game, mas é o treinamento virtual para tirar carteira de motorista. O aluno vai aprender a usar os pedais, passar as marchas antes de ir pra rua.

“Dirigir assim, dá muito mais segurança pra gente”, diz Izabella Mariane Oliveira, estudante.

“Se a pessoa teve mais dificuldade em algum trecho, por exemplo, noite, chuva ou neblina, a pessoa refazer a aula, assistir sua aula depois e treinar”, afirma um instrutor.

O controle de presença é feito por biometria e uma câmera filma tudo o que o aluno faz. Os dados são enviados para o Detran e ficam armazenados por cinco anos.

O uso do simulador vai ser obrigatório apenas pra quem for começar o processo de habilitação agora em 2014. A exigência é que o aluno faça pelo menos cinco aulas com o equipamento. Com isso, tirar carteira de motorista deve ficar 15% mais caro. Em Minas Gerais, o preço de cada aula no aparelho varia entre R$ 45 e R$ 80.

O uso do simulador deveria ter começado em junho de 2013, mas, na época, donos de autoescolas alegaram que não tinham como se adaptar a tempo.

Mas até hoje, a maioria dos centros de condutores não oferece o serviço, segundo o sindicato da categoria.

Os aparelhos custam, em média, R$ 40 mil. Para driblar o alto custo, algumas autoescolas de São Paulo decidiram compartilhar o equipamento.

No Rio, o Detran também já regulamentou a lei. O que ainda não ocorreu em muitos estados. Entre eles estão o Amazonas, Ceará, Pernambuco, Piauí, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, Detran pediu o adiamento da obrigatoriedade pelo atraso na entrega dos equipamentos, mas não foi atendido.

“Nós temos alguns Detrans que estão com dificuldade tendo em vista a questão técnica: falta de biometria, falta de armazenamento das imagens das aulas de simulador e também falta de uma legislação regionalizada”, explica Rodrigo Fabiano da Silva, presidente do Sindicato dos Proprietários CFC/MG.

O Denatran reconhece a demora. Mas acredita que não irá atrasar a vida dos alunos, já que eles só começarão a usar os simuladores depois das aulas teóricas - o que deve levar mais de 45 dias. Tempo suficiente, segundo o órgão, para que todos os estados regulamentem a lei.

Caso contrário, Ministério Público poderá ser acionado. Até lá, ninguém poderá obter a carteira de motorista. No fim do mês, o Denatran começará uma visita técnica aos estados.

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