Brasil Educação

Servidores de faculdades federais entram em greve dia 17 de março

Serviços básicos, como de limpeza e atendimento em secretarias, podem ficar comprometidos em instituições de todo o país

RIO - Milhares de alunos de universidades e institutos federais ficarão sem alguns serviços básicos em seus campi a partir do mês que vem. Em plenária realizada em Brasília neste fim de semana, 172 delegados da Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) decidiram iniciar greve no dia 17 de março. A categoria representa cerca de 180 mil trabalhadores, que prestam desde serviços de limpeza e operação de restaurantes até funções técnico-administrativas em secretarias, laboratórios e hospitais.

A principal reinvidicação é o reajuste dos salários, que teriam sido desvalorizados pela inflação nos últimos anos. Sindicalistas argumentam que, desde a última greve do setor, junto com a última paralisação dos professores, finalizada em setembro de 2012, o governo federal concedeu aumento de 15%, dividos em três parcelas anuais de 5%, sendo o último pagamento marcado para de 2015. A elevação não teria coberto a inflação do triênio.

- Não estamos pedindo aumento de salário. Estamos apenas pedindo uma recomposição salarial para corrigir a inflação. Nada mais - esclarece o coordenador-geral da Fasubra, Paulo Henrique dos Santos.

Paulo Henrique afirmou que a desvalorização também atinge benefícios como auxílio-alimentação e vale transporte, que também não tiveram reajustes. Questões como correção de distorções salariais e aposentaria especial para trabalhadores em áreas insalubres também entraram na pauta.

No entanto, a pauta de demandas da Fasubra vai além da questão salarial. No encontro deste final de semana, a categoria decidiu que vai lutar também pela revogação da lei que criou em 2011 a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), responsável por gerir os hospitais universitários.

Professores também podem parar

Com relação às aulas, o futuro é incerto. A partir desta segunda-feira até o dia 15 de fevereiro, professores organizados em torno do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) também vão se reunir no 33º Congresso Geral do Andes-SN, em São Luis (MA). O sindicato, responsável por liderar a maior paralisação da História do ensino superior público em 2012, deve discutir questões como a "precarização do trabalho" e a expansão "desordenada" do Reuni nas universidades federais. Segundo dirigentes do Andes, há possibilidade de nova greve neste ano.