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Proibida de lutar, Sarah fez acordo com os pais e virou ótima aluna

Família dizia que judô era 'esporte masculino'. Judoca até hoje concilia os treinos com os estudos, mas teve de trancar a faculdade no ano olímpico

Por Direto de Londres

Por muitas vezes, quando criança, ela teve de treinar escondido. Como a turma era formada basicamente por meninos, os pais julgavam o esporte um tanto inadequado. Diante da proibição, a única alternativa foi negociar. Prometeu, então, que seria uma aluna nota 10,00. Hoje aos 22 anos, a piauiense Sarah Menezes é campeã olímpica da ligeiro (-48kg), primeira medalhista de ouro do judô feminino do país.

Judoca Sarah Menezes ouro em Londres (Foto: Agência AFP)Sarah Menezes teve de trancar a faculdade para se concentrar nas Olimpíadas (Foto: Agência AFP)

- Quando iniciei no judô, meus pais falavam que judô que era esporte masculino. Toda a vida gostei de desafios. Vi que o grande problema, na verdade, era por causa dos estudos. Então entrei em acordo com eles. Pedi para continuar no esporte e, em troca, me comprometeria a ir bem nos estudos.

Sarah aos poucos foi mostrando que o esporte era mais do que uma simples brincadeira com meninos. Conquistou o bicampeonato mundial júnior (2008 e 2009). E foi bronze no Mundial Sênior outras duas vezes, em 2010 e em 2011.

- Quando comecei a viajar, meus pais viram que tinha talento e pararam com essa barreira. Estou quase me formando em Educação Física, consigo conciliar até hoje os meus estudos.

Para ir a Londres, porém, Sarah precisou interromper os estudos. Ela cursa o quinto período da faculdade de Educação Física, em Teresina. A pedido da comissão técnica da seleção brasileira, tirou o primeiro semestre de "férias" para se dedicar exclusivamente ao judô.

- Assim que voltar ao Brasil quero voltar para a faculdade. Tive que parar e nunca tinha feito isso na minha carreira. Mas o professor Ney (Wilson, coordenador) pediu, disse que era o momento.