Prefeito de Guapimirim, Júnior do Posto é preso na Barra
O prefeito de Guapimirim, Renato Costa Mello Júnior, o Júnior do Posto, foi preso por agentes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), nesta quarta-feira. Os policiais civis deflagraram, nesta manhã, uma operação com o objetivo de prender pessoas ligadas à Prefeitura e à Câmara de Guapimirim. O político foi localizado em casa, no condomínio Interlagos de Itaúna, na Barra da Tijuca. Também houve apreensões em sua residência. Renato é suspeito de formação de quadrilha e peculato.
Também foi presa a candidata a prefeita Ismeralda Rangel Garcia. Ela é ex-secretária de Governo da gestão de Júnior do Posto. Já o preisdente da Câmara de Vereadores, Marcelo Prado Emerick, o Marcelo do Queijo, está foragido. Ele não foi localizado em casa. Os mandados de prisão incluem ainda o atual secretário de Governo, Isaías da Silva Braga, o Zico; o chefe do Setor de Licitações da Prefeitura, Ramon Pereira da Costa Cardoso; Ivan Azevedo Valentino, o Ivan do Gazetão e Ronaldo Coelho Amorim, o Ronaldinho.
Os policiais civis tentam cumprir sete mandados de prisão e 45 mandados de busca e apreensão. Além disso, outras 11 pessoas foram indiciadas, incluindo três vereadores. O grupo é acusado de formar uma quadrilha para desviar dinheiro público por meio de operações fraudulentas.
Segundo a Secretaria de Segurança, os criminosos desviavam, há cerca de quatro anos, mais de R$ 1 milhão por mês de recursos públicos da Prefeitura. A quadrilha desviava, inclusive, verba destinada à merenda escolar.
O Ministério Público denunciou um total de 16 pessoas sob acusação dos crimes de quadrilha armada, fraude em licitação, corrupção ativa, coação no curso do processo e peculato, que podem somar até 24 anos de prisão. Entre os denunciados, que não têm mandado de prisão decretada, estão os vereadores Iram Moreno de Oliveira, o Iram da Serrana; Alexandre Duarte de Carvalho e Marcel Rangel Garcia, o Marcel do Açougue. Eles recebiam mensalmente, cada um, valores entre R$ 50 mil e R$ 80 mil para evitar que as contas da Prefeitura fossem alvo de fiscalização pela Câmara Municipal de Guapimirim.
Durante o curso da investigação, a organização ofereceu propina a policiais da Draco. Os agentes pediram autorização judicial para, de forma simulada, aceitar a propina, como forma de ganhar a confiança dos investigados e conseguir mais provas. Assim, no dia 27 de julho, policiais se encontraram com os criminosos num posto de gasolina em Guapimirim para receber a quantia de R$ 800 mil, entregue em notas de R$ 100 e R$ 50. O dinheiro foi entregue aos policiais pelo presidente da Câmara dos Vereadores, Marcelo do Queijo, acompanhado de outras pessoas.
Chamou a atenção dos policiais o fato de as cédulas estarem úmidas e com cheiro de esterco, o que leva a crer que estavam enterradas. Na ocasião, os criminosos disseram que, a partir de janeiro de 2013, iriam pagar R$ 20 mil mensais para os policiais, caso a candidata Ismeralda Rangel Garcia ganhasse as eleições para a Prefeitura de Guapimirim. Os R$ 800 mil recebidos pela Draco na tentativa de suborno foram imediatamente depositados numa conta bancária, à disposição da Justiça.
A operação Intocáveis ocorre simultaneamente no Rio e em Guapimirim. A ação também conta com a participação de agentes da da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio.
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