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Clonagem de pet levanta questões éticas no Reino Unido

Clonagem de pet levanta questões éticas no Reino Unido

Mini Winnie é o clone de um cachorro do Reino Unido. Clonagem foi chamada de "desperdício de dinheiro"

REDAÇÃO ÉPOCA
10/04/2014 - 13h27 - Atualizado 10/04/2014 13h44
O filhote Mini Winnie, um cachorro clonado no Reino Unido. Seu nascimento foi transmitido pela TV britânica (Foto: Channel 4/AP)
O filhote Mini Winnie, um cachorro clonado no Reino Unido. Seu nascimento foi transmitido pela TV britânica (Foto: Channel 4/AP)

A TV britânica transmitiu na noite de quarta-feira (9) o nascimento do primeiro filhote de cachorro clonado do Reino Unido, um cachorro da raça dachshund, o "cão salsicha". A cachorrinha, batizada de Mini Winnie, foi criada a partir de Winnie, uma cadela de doze anos.

A clonagem foi feita pela empresa Sooam Biotech, da Coreia do Sul, e faz parte de um concurso que, no mês passado, escolheu qual seria o cão clonado. Mini Winnie nasceu em Seul e só deve ser levada a Londres em seis meses, por conta das leis de quarentena do Reino Unido. Apesar do sucesso, a clonagem foi criticada por especialistas na imprensa britânica, e levantou questionamentos éticos e econômicos.

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A primeira clonagem bem-sucedida de um cachorro foi feita em 2005. Pesquisadores implantaram mais de mil embriões clonados, em 123 cadelas diferentes, e conseguiram o nascimento de apenas um clone saudável, batizado de Snuppy. Ativistas dos direitos dos animais questionam se é justo fazer as cadelas passarem por todo esse procedimento, já que há riscos para a "mãe" do clone.

Além disso, a clonagem é extremamente cara. Todo o processo que resultou no nascimento de Mini Winnie custou mais de US$ 100 mil. E não há nenhuma garantia de que o clone terá o mesmo comportamento do que o cão clonado. Como o comportamento de cada ser não é determinado apenas pelos genes, mas também pelo ambiente, o clone pode desenvolver suas próprias características.

Segundo o jornal The Guardian, alguns cientistas descreveram a clonagem como "desperdício de dinheiro". "Eu acho que os donos podem ficar desapontados - muito da personalidade de um cachorro vem da forma como ele é tratado. Eu acho que as pessoas tratariam de forma diferente um cão clonado, especialmente se ele custar cem mil dólares, então seria um cachorro diferente", disse Ian Wilmut, pesquisador responsável pela clonagem da ovelha Dolly, ao jornal.

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Uma ONG britânica que cuida de animais feridos, a PDSA, divulgou uma nota dizendo que clonar um pet não é a melhor forma de lidar com a morte do animal de estimação da família. "Nós acreditamos que a clonagem não é a forma apropriada de enfrentar a perda de um pet", diz a entidade, que relembra que há milhares de cachorros abandonados esperando adoção.

bc








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