Economia

Ação da TIM fecha com queda de 8% após sanções da Anatel

Órgão regulador suspendeu venda de novas linhas por 30 dias. Papéis da Oi sobem

SÃO PAULO - As ações da TIM Participações formas que mais se desvalorizam na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta quinta-feira, após a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ter suspendido vendas de serviços da operadora em 18 Estados e no Distrito Federal.

Os papéis ON da TIM fecharam com queda de 8,77% cotados a R$ 8,63, enquanto as ações da controladora Telecom Italia encerraram o pregão da Bolsa de Milão com queda de 7,06%.

Em sentido contrário, a ação preferencial da Oi, que teve suas vendas suspensas em cinco Estados, fechou no campo positivo nesta sessão. As ações ON da empresa subiram 1,46% a R$ 11,06, e os papéis PN se valorizaram 4,14% a R$ 9,60. O Ibovespa, índice de referência do mercado, subiu 1,4% aos 55.346 pontos.

— As ações da Oi devem ser menos impactadas entre as três empresas sancionadas — afirmou o analista do Rizwan Ali, do Deustche Bank, em relatório nesta quinta-feira.

Segundo ele, os cinco estados em que a operadora está proibida de vender serviços representam apenas 5% de suas vendas totais.

Além disso, a Oi poderia se beneficiar da lacuna deixada pela suspensão das vendas da TIM e da Claro em outros Estados, incluindo o importante mercado de São Paulo.

— A percepção é que a Oi foi menos prejudicada em relação a TIM — disse o operador Luiz Roberto Monteiro, da corretora Renascença. — Como foram menos estados, a sensação entre os investidores é de que os problemas talvez sejam mais rápidos para resolver para Oi que para a TIM.

As sanções anunciadas pela Anatel na quarta valem a partir da próxima segunda-feira e quem desobedecer poderá enfrentar um multa diária de R$ 200 mil.

Além da suspensão das vendas, as operadoras também terão de apresentar em até 30 dias um plano de investimentos.

A medida da Anatel não deve causar mudanças na previsão de investimentos das empresas. A avaliação é do diretor-gerente de corporações na América Latina da agência de classificação de risco Moody's, Brian Oak.

"A medida não muda a dinâmica do mercado de telecomunicações no Brasil, que deve continuar competitivo e exigindo fortes investimentos", diz Oak.

Ele afirma que a medida da Anatel também deve ter pouco impacto na receita da Oi por cauda do curto período de tempo que vai vigorar e porque a empresa terá restrições em apenas cinco estados. O especialista diz que os problemas de infraestrutura nas telecomunicações são um fato já conhecido do mercado brasileiro.

"Os investidores continuam esperando que as empresas intensifiquem os gastos em estruturas de rede para acompanhar o crescimento do tráfego de dados no Brasil", disse Oak.

Ele também afirmou que o fato "não deve impactar necessariamente o rating da Oi".

Para 2012, a Oi anunciou investimentos de R$ 6 bilhões, somando R$ 24 bilhões entre 2012 e 2015. A Telefônica Brasil, controladora da Vivo, prevê média de investimento de R$ 6 bilhões por ano, chegando a R$ 24,3 bilhões até 2015. Em 2012, a Claro prevê investir R$ 3,5 bilhões e a TIM prevê investir R$ 3 bilhões.

A Claro informou nesta quinta-feira que já entregou o plano de ação para a Anatel. Já a TIM envolveu mensagem aos seus clientes dizendo que “continua investindo para garantir a qualidade dos serviços e sua satisfação”.

Vivo, Sercomtel e CTBC escaparam da suspensão das vendas, mas também precisarão apresentar um plano de investimentos.

Os papéis PN da Vivo caíram 1,56% no pregão a R$ 47,95. A operadora Claro não tem ações negociadas na bolsa paulista.