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Obama: 'Não vou fingir que o caminho é fácil'

Muito aplaudido, presidente diz que americanos enfrentam a dura escolha entre dois caminhos

A primeira-dama, Michelle Obama, abraça o marido depois de apresentá-lo antes do discurso que encerrou a Convenção Nacional Democrata
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Justin Sullivan/Getty Images/AFP
A primeira-dama, Michelle Obama, abraça o marido depois de apresentá-lo antes do discurso que encerrou a Convenção Nacional Democrata Foto: Justin Sullivan/Getty Images/AFP

CHARLOTTE, EUA — Depois de ter seus atributos e qualidades  pessoais valorizados pela primeira-dama Michelle Obama e de receber o aval de Bill Clinton - o ex-presidente vivo mais bem avaliado dos EUA - o presidente Barack Obama olhou para o futuro e pediu mais tempo. No discurso que encerrou a Convenção Nacional Democrata, na noite desta quinta-feira,Obama apresentou aos eleitores seus planos para levar os Estados Unidos a uma nova fase de prosperidade, com crescimento, geração de empregos e oportunidades e proteção social.

A plateia, visivelmente ansiosa antes do discurso, se rendeu a Obama desde as primeiras palavras, vibrou especialmente com a defesa de políticas inclusivas de educação, voltadas para mulheres e imigrantes, e com a crítica severa que o presidente endereçou ao posicionamento de Romney nos temas de relações externas.  Muito aplaudido e apresentado por sua mulher, Obama se colocou com uma “escolha entre duas visões fundamentalmente diferentes para o futuro”.

- Em 2004 me dirigi a esta convenção e falei de esperança, mas não falei de um otimismo cego ou de aspirações irreais. Falei de esperança na adversidade.  (...) Se vocês nos abandonarem agora, se comprarem o cinismo de que a mudança pela qual lutamos não é possível, essa mudança não acontecerá - disse o presidente, arrancando muitos aplausos.

O presidente lembrou das críticas feitas pelos republicanos durante a convenção em Tampa, uma semana antes.

- Nossos amigos na Convenção Republicana estavam encantados em falar de todas as coisas equivocadas na América. Mas não tinham muito a dizer na hora de esclarecer como as melhorariam (...). Eu não vou fingir que o caminho que eu estou oferecendo é rápido e nem fácil. Vocês não me elegeram para que eu dissesse o que queriam ouvir. Vocês me elegeram para falar a verdade - disse. - E a verdade é que irá demorar mais do que alguns anos para resolvermos os desafios que se acumularam ao longo de décadas.

No discurso, Obama também definiu a meta de criar 1 milhão de empregos novos na indústria até 2016. Lutando para derrubar o desemprego nos EUA, que chegou a 8,3%, o presidente passou uma uma mensagem otimista de que os problemas da América podem ser resolvidos. Obama também pediu aos americanos para se unirem em torno de um conjunto de metas, incluindo a duplicação das exportações dos EUA até o final de 2014, e uma redução de 50% em importações líquidas de petróleo até 2020.

Nos últimos minutos de discurso, os 20 mil presentes já estavam de pé, entre aplausos e gritos, ovacionando Obama.

- Reconheço que os tempos mudaram desde 2004. E eu também mudei. Não sou apenas um candidato. Sou um presidente (...). Sei que o caminho que nós oferecemos pode ser o mais difícil, mas é o que leva a um lugar melhor. E eu estou pedindo para vocês escolherem este caminho - afirmou o presidente, em um final apoteótico, em que sua voz se confundia com palmas e gritos de aprovação dos eleitores.

Antes de Obama, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, seguiu a mesma direção e afirmou que “eles estavam no meio do caminho”.

- Os melhores dias da América ainda estão por vir.