A Bienal Internacional do livro, em São Paulo, foi o programa do fim de semana. Milhares de pessoas passaram pelo evento pra conhecer as novidades do mercado editorial.
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As mãos transformam linhas e letras: este é o mundo das traduções. ‘Vidas Secas’ em francês. ‘Grande Sertão, Veredas’ em holandês. As letras se desconstroem e formam novas palavras em outras línguas. Machado de Assis virtual entre desenhos de livros.
A gente pode andar muito por uma feira e não encontrar um livro desses de antigamente com capa, páginas de papel que a gente mesmo vira. Em cada canto uma novidade, uma atriz polvo, que lê poemas enquanto escutamos em uma espécie de telefone sem fio.
O livro virou arquitetura. O livro sobre harmonia é quase uma partitura. As páginas do livro de história foram trançadas e se transformaram em um cachecol de tricô. Tudo anda muito diferente. Um cavaleiro medieval e uma fada azul são dois escritores tentando chamar a atenção para os livros deles.
“A ideia da Bienal é tentar sobresair de alguma maneiro, porque são muitas coisas”, conta um escritor. “Tem que fazer alguma coisa para aparecer um pouco mais”, diz outra escritora. Mas tem gente que encontra o livro tradicional e não faz economia.
No espaço enorme da feira, quem tem os melhores momentos são as crianças. “Gostei das historias dos livros infantis”, diz uma menina. “Estou procurando os livros que eu mais quero. Eu ainda não achei um que tenha a minha cara”, conta Evelin Leite, de 11 anos.
No meio da multidão tem um escritor. Uma fila imensa espera por Ziraldo. “O mundo que ele cria, o Menino Maluquinho. Fantástico”, conta uma jovem.
“Eu li o livro da ‘Vó Delicia’ e eu me identificava muito porque era só eu e a minha avó. Mais ou menos a minha história”, lembra.
O menino Ziraldo, aos 80 anos, não para de inventar histórias. Agora, os meninos andam pelo espaço, desta vez foram passear em Marte. “O pessoal diz que os planetas não são habitados. Eles são pela imaginação da gente. Todos são habitados por menino e menina”, conta.
Os meninos maluquinhos cresceram, mas nunca esqueceram do tempo em que brincavam com um caldeirão na cabeça.
A Bienal Internacional do Livro vai até o dia 19 deste mês. Vale a visita.