08/05/2012 12h48 - Atualizado em 08/05/2012 13h08

Prefeitura de SP gasta R$ 56 milhões por mês com recolhimento de lixo

Verba usada vem de impostos e de outras fontes de receita do órgão.
São Paulo gera atualmente 55% mais resíduos do que há 10 anos.

Do G1 SP

Um relatório divulgado nesta terça-feira (8) pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe) mostrou que entre 2010 e 2011 cada cidadão gerou 50 gramas a mais de lixo por dia. Recolher toda essa quantidade de resíduos custa R$ 56 milhões por mês à Prefeitura de São Paulo. Entretanto, há alguns anos, cada morador pagava uma taxa para o recolhimento do lixo, cuja cobrança causou polêmica entre a população.

Quanto mais a lâmpada fica acesa, mais cara fica a conta de luz. Quanto mais a torneira fica aberta, mais se paga pela conta de água. Mas o mesmo não acontece em relação ao lixo. O dinheiro necessário para coletar e destinar os resíduos domésticos é arrecadado com a cobrança de impostos como IPTU, ISS, ITBI, além de outras fontes de receita do órgão.

Deste modo, não é possível calcular quanto sai do bolso de cada paulistano para pagar o serviço de coleta, mas essa contribuição existe e não é proporcional à quantidade de lixo produzida por cada cidadão. O problema é que a montanha de lixo só aumenta. Atualmente, são gerados 55% mais resíduos do que há 10 anos.

“Eu preciso ser um pouco provocado a mudar de rotina. Por exemplo, com alguma regulação ou alguma política pública que exija. Por exemplo, se eu for cobrado pelo resíduo que eu gero, como uma taxa do lixo”, diz Sylmara Dias, professora de gestão ambiental da Universidade de São Paulo (USP).

Em 2003, a Prefeitura da capital paulista começou a cobrar cerca de R$ 6 para quem descartasse até 10 litros de lixo por dia. Quem produzisse quantidade maior ou menor deveria procurar a Prefeitura para ajustar o valor da cobrança. Na época, a dificuldade foi saber se cada um estava falando a verdade. A polêmica em torno da questão causou a extinção da taxa três anos após sua criação.

Para os especialistas, é compreensível que a população reaja mal a mais uma cobrança, mas pagar pela geração de lixo é uma forma de fazer com que as pessoas pensem no assunto. "Você pode cobrar por volume gerado, você pode cobrar por tipo de destinação dada, você pode cobrar por aqueles que realmente não cumprem municipais", diz Carlos Silva Filho, diretor-executivo da Abrelpe.

A população de países desenvolvidos, como os Estados Unidos, paga taxas relativas ao lixo. Mas mexer no bolso não precisa ser a única maneira de estimular a redução de lixo. “A pessoa poderia receber um crédito, como você tem a nota fiscal paulista. Muita gente acaba se utilizando disso para receber o crédito. Seja qual for, pra abater impostos mesmo ou até em espécie”, diz o financista Marco Tuli.

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