04/09/2012 08h03 - Atualizado em 04/09/2012 08h03

Aula de química mostra os efeitos dos produtos usados nos cabelos

Para evitar resultados desagradáveis, entenda como o cabelo funciona.
Conheça mais sobre a polêmica em torno do formol.

Do G1 PE

O que a química tem em comum com os cabelos? Praticamente tudo. É impossível mudar o visual sem química. Este é o assunto da aula de química do Projeto Educação 2013 nesta terça-feira (4).

“Eu gosto do meu cabelo cacheado, e a minha intenção ao fazer o relaxamento é somente soltar os cachos”, afirma uma das moças no salão.

“Eu fiz um alisamento. Meu cabelo é cacheado, mas eu gosto dele liso”, diz outra usuária dos produtos químicos nos cabelos no cabeleireiro.

Para alisar ou enrolar os cabelos, é preciso fazer um procedimento químico. E se ele for mau feito, aparecem os problemas.

“Eu gosto dos meus cabelos lisos, só que eu fiz um alisamento errado em casa, aí deu nisso”, comenta uma terceira mulher que realizou mudanças no visual ultimamente.

Então, para evitar resultados desagradáveis, é bom entender como o cabelo funciona.

“O nosso cabelo é liso ou ondulado por conta de algumas ligações químicas que existem nas suas estruturas. E nós podemos usar a química para exatamente romper essas ligações e modificar o formato do cabelo. Algumas substâncias químicas são bastante nocivas, por isso temos de utilizá-las com o maior cuidado possível. E com o auxílio de um profissional qualificado”, explica o professor de química, Gilton Lyra.

Existe uma polêmica em torno do formol. O uso nos salões de beleza foi proibido.

“O formol na verdade plastifica o fio do cabelo. Plastifica as proteínas. Se um cabelo foi alisado e você coloca ali o formol, ele vai polimerizar, ou seja, vai reagir com o cabelo. Ele vai ficar liso por muito mais tempo. Mas isso não vale a pena”, acrescenta o professor.

O outro experimento é para mostrar o efeito da água oxigenada nos cabelos e no couro cabeludo.

“Essas substâncias alcalinas desestruturam a fibra capilar, para que o novo formato seja aplicado. Principalmente a soda cáustica que aqui temos e o hidróxido de amônio – e as substâncias derivadas dele. Durante o próprio tratamento do cabelo, aquelas substâncias que foram utilizadas para desestruturar a fibra podem ser depois neutralizadas. Substâncias ácidas, como o ácido clorídrico, como o ácido do vinagre ou o ácido cítrico, presente nas frutas, podem neutralizar esse excesso de alcalinidade que agride o cabelo e o couro cabeludo. É interessante saber que essa neutralização precisa ser feita”, informa Gilton Lyra.

“Nós podemos mostrar a ação oxidante do peróxido de hidrogênio (ou a água oxigenada) sobre as proteínas do cabelo ou do couro cabeludo. Vamos aqui representá-los com a carne moída. Essa mistura pode causar danos severos à carne e às proteínas, dependendo da concentração ou do seu mau uso”, finaliza o professor.

A química também está presente no simples ato de lavar os cabelos. Você sabia que o xampu e o detergente de louça são praticamente a mesma coisa? E com a química fica mais fácil entender por que o cabelo fica melhor quando usamos o condicionador.