Palmeiras usa recuperação do Flu em 2009 comoexemplo (Foto: Diego Ribeiro / Globoesporte.com)
O Palmeiras está na zona de rebaixamento do Brasileiro, tem 20 pontos em 23 jogos, mas ainda há 15 jogos pela frente para tentar mudar a situação. Mesmo assim, parte da diretoria e do Conselho Deliberativo trata o atual momento do time com pessimismo, falando como se a queda já estivesse consumada.
O gerente de futebol César Sampaio revelou que tem conversado para tentar uma mobilização e mudar o ambiente interno. E o exemplo citado para cada dirigente é o do Fluminense de 2009, que saiu de um buraco ainda maior e se salvou da Série B.
Os mais exaltados falam em “milagre” para o Palmeiras se salvar, mas, com o exemplo em mãos, o gerente mostra que a tarefa pode ser realizada se a equipe fizer o básico: vencer em casa e buscar alguns pontos fora. Há três anos, na mesma rodada, o Tricolor carioca tinha apenas 17 pontos, três a menos do que o atual Palmeiras. E se salvou com 46, após um empate com o Coritiba na rodada final.
– Eu acho que o caso do Fluminense deve ser citado, sim. Cada caso é um caso, mas também estamos em situação difícil e nos mobilizando para sair dessa. Eles tinham um time bom, que não merecia cair. Nós também temos. Tem quem fale aqui dentro em milagre, não penso assim – afirmou o vice-presidente Roberto Frizzo.
O Fluminense, treinado por Cuca, ainda teve outros tropeços depois da 23ª rodada, incluindo uma goleada por 5 a 1 sofrida diante do Grêmio, no Olímpico. A reação, mesmo, só veio na 32ª rodada, com a sequência de seis vitórias seguidas que tirou o Tricolor da zona da degola. No último jogo, bastou um empate com o Coritiba, no Couto Pereira, para confirmar a permanência.
O Palmeiras espera sofrer bem menos para se livrar da zona perigosa. Por isso, o clube se mobiliza para afastar o pessimismo que tomou conta do ambiente depois da derrota para o Atlético-MG. O calvário do Fluminense é usado como uma espécie de “case” por César Sampaio para convencer conselheiros e torcedores de que a salvação é possível. Até provável.
– O César tem feito um grande trabalho nesse sentido. Tenho visto muita gente cabisbaixa pelos cantos. Não jogadores, mas em outros setores. Isso contagia, vai passando de pessoa para pessoa. É um perigo que estamos afastando – explicou Roberto Frizzo.
O vice-presidente e o gerente de futebol dão as caras em meio à má fase. O presidente Arnaldo Tirone está mais resguardado, mas, de acordo com Frizzo, “tem acompanhado tudo com grande atenção”.