Política

Ato em SP contra abusos no metrô reúne 30 mulheres

Manifestantes criticaram a ideia de um vagão exclusivo para as passageiras e criticaram campanha que estimula o ‘xaveco’
Protesto na Metrô de São Paulo Foto: Michel Filho / O Globo
Protesto na Metrô de São Paulo Foto: Michel Filho / O Globo

SÃO PAULO — Embora convocado com estardalhaço na internet, apenas cerca de 30 pessoas participaram nesta quarta-feira do chamado “rolezinho contra as encoxadas no metrô”. Na entrada da estação Sé, a mais movimentada do metrô de São Paulo, o ato foi marcado por discursos e manifestantes carregando faixas de “não mereço ser encoxada”, numa variação de um slogan que domina as redes sociais nos últimos dias: “Não mereço ser estuprada”.

As manifestantes também criticaram a ideia de criação de um vagão exclusivo para mulheres. E também contra a propaganda do metrô que estimula o “xaveco” nos vagões.

- O Metrô não é lugar de paquera. Quando a gente quer paquerar, a gente vai para outros lugares - disse Larissa Sampaio, uma das líderes.

As mulheres, depois de uma rápida concentração, circularam pelas dependências da estação, inclusive as plataformas de embarque. Em coro, cantavam uma versão do rap da felicidade, que dizia: “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente com a roupa que eu escolhi. E me assegurar que, de burca ou de shortinho, todos vão me respeitar”, numa referência à pesquisa que revelou que 65% dos brasileiros acreditam que a mulher induz ao estupro por conta de suas roupas.

Elas ainda cobraram que o Metrô apure os casos de abuso nos vagões, o que já resultou no indiciamento de 29 homens nas últimas semanas. No microfone, ainda conclamaram as passageiras a denunciar casos de abuso.