12/05/2014 17h46 - Atualizado em 13/05/2014 12h57

Rio monta plano de contingência devido à paralisação de rodoviários

Medidas priorizam metrô, trens e barcas e reforçam linhas de ônibus.
PM vai garantir segurança na saída das garagens dos quatro consórcios.

Do G1 Rio

Rodoviários em greve decidem por uma paralisão de 48 horas da categoria, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (12 (Foto: José Lucena/Futura Press)Rodoviários em greve decidem por uma paralisão de 48 horas da categoria, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (12) (Foto: José Lucena/ Futura Press)

A Prefeitura do Rio montou um plano de contingência para minimizar o impacto da paralisação de rodoviários iniciada à 0h desta terça-feira (13) e que deve ser mantida por 48 horas. As medidas priorizam metrô, trens e barcas e reforçam linhas de ônibus que fazem ligações com esses modais. A Polícia Militar vai garantir a segurança na saída das garagens dos quatro consórcios que operam na cidade.

O BRT Transoeste também terá reforço no número de coletivos. O efetivo de guardas municipais e agentes de trânsito será aumentado. A CCR Barcas informou que está preparando viagens extras para o caso de aumento da demanda. Na paralisação da última quinta-feira (8), a linha que atende Cocotá, na Ilha do Governador, na Zona Norte, registrou recorde no transporte de passageiros. Ao todo, 9 mil pessoas utilizaram o sistema — um aumento de 204% na média de usuários no mês de maio de 2014.

O Metrô Rio informou que também irá funcionar com capacidade máxima.  A concessionária orienta os usuários do metrô para que comprem o bilhete antecipadamente para evitar fila durante a paralisação.

Greve de dissidentes
O Rio Ônibus considera o movimento abusivo e ilegal por estar sendo organizado por um grupo de rodoviários que não tem legitimidade nem representatividade legal da categoria. “Mais uma vez o ato anunciado não respeita os princípios e requisitos da lei de greve, que prevê o aviso da paralisação com 72 horas de antecedência e a sua votação por uma assembleia oficial do sindicato que representa os profissionais”, diz a nota.

Ainda segundo o Rio Ônibus, os quatro consórcios que atuam na cidade —  Intersul, Internorte, Transcarioca e Santa Cruz — vão manter suas frotas prontas para operação “mas a circulação dependerá da chegada dos motoristas ao trabalho e das condições de segurança, já que na primeira paralisação centenas de veículos foram atacados”.

Rodoviários que fizeram uma paralisação de advertência na quinta-feira passada (8) deciram parar novamente, desta vez por 48 horas, após uma audiência que terminou sem acordo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) nesta segunda (12). Participaram do encontro representantes dos grevistas, do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio (Sintraturb-Rio) e do Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas. Após a decisão, o grupo saiu em passeata pelo Centro da cidade, causando interdições de vias.

Ônibus depredado em garagem no Rio de Janeiro (Foto: G1)Ônibus é depredado em garagem no Rio
(Foto: Daniel Silveira/ G1)

Entenda o impasse
Motoristas e cobradores questionam o acordo firmado entre o Sindicato dos Rodoviários e as empresas de ônibus em março. Para entender o impasse, o G1 e o RJTV ouviram grevistas, os empregadores e o sindicato dos trabalhadores, que é contra a greve.

A categoria ganhou um aumento de 10% no salário retroativo a abril e o salário-base do motorista passou para cerca de R$ 1.950. Os rodoviários também tiveram um reajuste de 40% no valor da cesta básica, que subiu para R$ 140.

Os grevistas, no entanto, querem um aumento de 40% no salário — passariam a receber quase R$ 2,5 mil, além de cesta básica de R$ 400. Outra reivindicação é o fim da dupla função, onde motoristas também trabalham como trocadores. Segundo eles, o sindicato não consultou a categoria ao aceitar o acordo com as empresas.

"A nossa paralisação é devido ao descaso do sindicato [dos trabalhadores]. Ele [sindicato] fez um acordo sem consultar a classe, acordou 10% e não perguntou se os rodoviários concordavam com isso. Pessoal quis conversar com o sindicato, quis sentar e ele não quis", disse Hélio Alfredo, representante dos grevistas.

O Sindicato dos Rodoviários diz que o acordo foi aprovado em assembleia. "O sindicato fez uma assembleia do dia 11 de março, em dois turnos no Guadalupe Country Clube, na Avenida Brasil, e um grupo de trabalhadores colocou uma proposta de R$ 2,5 mil e R$ 400 de ticket, que foi reprovada pela própria assembleia, e aprovaram uma de R$ 2,2 mil, que depois foi negociado. Chegamos aos 10% de aumento e 40% da cesta básica", explicou o presidente do sindicato, José Carlos Sacramento.

O presidente do Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus, Lélis Teixeira, disse que o acordo foi o maior aumento da categoria no país e descarta nova negociação. "É um acordo feito, definido e pago. Não há margem [para discussão]", disse o representante, que pediu na Justiça que a paralisação seja considerada ilegal.

Shopping
    busca de produtoscompare preços de