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Protesto da ONG Rio de Paz contra a Copa (Foto: Agência EFE)

Protesto da ONG Rio de Paz contra a Copa (Foto: Agência EFE)

A ONG Rio de Paz protestou neste sábado (05/04) na comunidade do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro, contra os gastos públicos destinados para a Copa do Mundo de 2014 e pediu ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, que visite a favela para conhecer as condições de vida de seus moradores.

De acordo com a ONG, o objetivo da Rio de Paz é fazer a Fifa ver as razões pelas quais milhões de brasileiros estão "indignados" com a "fortuna de dinheiro público" que se investiu na organização do Mundial.

Para a organização, enquanto o governo investe na Copa, "milhões no país vivem em estado de exclusão social " e com "serviços públicos de qualidade inaceitavelmente inferior a dos estádios 'Padrão Fifa'". Esse dinheiro, segundo a ONG, "poderia ter sido usado para a construção e reforma de escolas, hospitais e melhoria da segurança pública".

Crianças pintaram cruzes vermelhas em bolas de futebol (Foto: Agência EFE)

Crianças pintaram cruzes vermelhas em bolas de futebol (Foto: Agência EFE)

"Esperamos que a Fifa nos ajude, dividindo os lucros com o pobre e mostrando responsabilidade social à altura do padrão de qualidade que exige para os estádios de futebol onde serão disputadas as partidas da Copa do Mundo ", afirma um comunicado da ONG, assinado por seu fundador, Antônio Carlos Costa.

Como forma de protesto, um grupo formado por uma centena de crianças do Jacarezinho pintaram cruzes vermelhas sobre 400 bolas de futebol como metáfora do dinheiro público investido na Copa em detrimento de outras necessidades.

Os participantes do ato fizeram uma foto com o objetivo de enviá-la à Fifa e pedir a Blatter que visite a comunidade, situada a três quilômetros do estádio do Maracanã, onde será disputada a final da Copa. "Não estamos envolvidos em nenhuma tentativa de boicote à Copa. Esperamos que todos os torcedores estrangeiros sintam-se em casa no nosso país. Não podemos, contudo, ficar calados. O que foi feito com o dinheiro do contribuinte à revelia do povo brasileiro não é justo", conclui a nota.