No duelo entre os “eternos quase companheiros”, David Luiz e
Diego Costa, o zagueiro da seleção brasileira levou a melhor. O empate sem gols foi
mérito da defesa do Chelsea que volta a Londres com uma ligeira vantagem na
eliminatória. Diego Costa lutou até ao fim para conseguir o desejado gol dos
colchoneros, atuou com a garra e espírito exigidos por Simeone, mas não
conseguiu espaço. O centroavante terminou o jogo desesperado pela falta de chances
e até tentou dois chutes de bicicleta em vão.
No total, Costa somou
seis finalizações, mas só duas foram em direção ao gol, enquanto David Luiz,
que não é atacante mas também gosta de ir à frente, teve dois chutes com perigo. Um
deles foi a única ocasião de gol do Chelsea no segundo tempo numa cobrança de
falta. Embora tenha começado o jogo como volante, o camisa 4 dos Blues
terminou como zagueiro e salvou as duas últimas chances de Diego Costa.
Mas quem esteve mais ocupado com o artilheiro colchoneiro foi o seu companheiro
na seleção espanhola Cesar Azpilicueta. O lateral do Chelsea disse que “não
perdeu nenhuma batalha para Costa”.
- O conheço bem da seleção e todos sabemos que é um jogador difícil de marcar porque luta até o fim por todas as bolas. É um perigo constante. O importante era travar a equipe do Atlético e não vi grandes ocasiões de gol da parte deles - observou Azpilicueta após a partida.
Para Ramires, o resultado não só é favorável ao time inglês, como ainda é melhor do que a equipe esperava.
- É melhor do que esperávamos. Era importante sair daqui com um
resultado favorável e o empate foi um resultado bom - admitiu o volante, que revelou a estratégia extremamente defensiva do Chelsea.
briga de "gato e rato" entre costa e a defesa
No primeiro tempo, David Luiz fez o seu trabalho sem cometer erros. O
camisa 4 do Chelsea jogou na frente da zaga e esteve muito concentrado nas
funções defensivas. O volante, que por vezes é criticado por sair para
o ataque deixando a defesa aberta, arriscou a sua
velocidade na frente só uma vez no primeiro tempo. E mesmo que tivesse mais
liberdade para sair jogando, também não teria tido muitas
chances, já que o Atlético de Madrid assumiu o controle do jogo desde o
primeiro minuto.
Com o decorrer do tempo, o time da casa foi ficando mais solto
com Diego Ribas impondo sua técnica e criatividade para armar o jogo, e com Diego
Costa conseguindo boas demarcações no campo adversário. O centroavante brasileiro,
naturalizado espanhol, desempenhou bem o seu papel de atacante de porte físico
e com grande mobilidade. Ganhou várias bolas de cabeça e de peito diante de John
Terry e de Cahill. Em um desses lances até se estranhou com o capitão do Chelsea. Mas,
como Mou havia montado uma muralha defensiva, o centroavante da Espanha não
conseguia espaço.
As ordens de Simeone eram para o camisa 19 jogar pelo centro,
mas cair também pelo lado esquerdo do ataque. E ele cumpriu. Atento, Mou mandou
William trocar com Ramires e o ex-Shakhtar atuou como um lateral-direito na região por onde circulava Diego Costa. Mas o artilheiro estava atento: captou a estratégia e foi para o lado direito do ataque, onde criou lance de muito perigo
com Raúl García no fim do primeiro tempo.
David luiz evita derrota "quase" certa
No segundo tempo, a lesão de
David Luiz logo no início fez o Atlético de Madrid diminuir o ritmo. O zagueiro se
queixou de dores no rosto após um choque com Diego e recebeu muitas vaias dos torcedores no Vicente Calderón, que se irritaram com a "cera". Uma atitude, que aliás, fazia
parte da estratégia do Chelsea em Madri. O clube britânico entrou ainda menos
determinado em atacar. De um lado para o
outro, procurando um buraco na zaga dos Blues, Diego Costa tentava achar brechas para chutar, mas pouco conseguiu.
O perigo chegava em lances protagonizados por Diego Ribas em
chutes de meia distância, mas Simeone trocou o meia brasileiro por Arda Turan.
Uma decisão que pode ser contestada pelo próprio jogador, que até então era o
melhor em campo, porém a entrada do ala turco deu outro dinamismo aos
colchoneros. Novamente no lado esquerdo, Diego Costa fez um lindo passe para
Filipe Luís que ficou isolado na direção do gol. O lateral brasileiro tinha
tudo para marcar, mas prendeu demais a bola e quando deu para
Raúl García, três ingleses tinham se colocado à frente. Nos lances aéreos, o artilheiro
do time de Madri conseguia ganhar de cabeça, mas nunca tinha espaço
para tentar o chute a o gol ou, pelo menos, direcionar o cabeceamento.
Quando o
capitão dos Blues, John Terry, se machucou, Mourinho recuou David Luiz para a zaga e aí sim
começou o verdadeiro duelo entre o zagueiro da seleção e o centroavante da
Espanha. Costa impôs o seu físico e conseguiu acertar vários passes "desmarcando"
companheiros de equipe. Mas, na hora do chute, tanto ele como os outros, não
tinham espaço suficiente. O camisa 19 se desesperava, pedia
bola alta, tentava de cabeça, e até tentou dois chutes de bicicleta, mas não
conseguiu resultado.
Nos minutos finais da partida, Diego Costa, por pouco, não conseguiu balançar a rede. Primeiro
num cruzamento de Turan para a cabeça do atacante, mas David Luiz cortou bem e
mandou para fora. Faltando um minuto para
o fim do duelo, o artilheiro tentou passar a bola por cima de David Luiz, só que o
zagueiro levou a melhor. Foi por pouco, mas não passou.