O dólar terminou em alta no último pregão da semana, depois do Banco Central intervir no mercado de câmbio pela primeira vez desde meados de setembro. A moeda fechou vendida a R$ 2,0304, uma valorização de 0,56% frente ao fechamento da véspera.
A moeda passou parte do dia em baixa, mas mudou de rumo depois que o BC anunciou um leilão de swap cambial reverso (operação que equivale a uma compra de dólares no mercado futuro), com oferta de até 50 mil contratos distribuídos entre os vencimentos dezembro de 2012 e janeiro de 2013, um volume de US$ 2,5 bilhões.
Para profissionais do mercado, mais até do que o volume colocado, chama atenção a clara disposição do BC em atuar sempre que a taxa de câmbio caminhar para o "piso" de R$ 2,00.
"O BC entrou porque o dólar chegou naquele nível abaixo de R$ 2,02 que dispara o alerta. O que pesou para o BC foi a apreciação do real e ele deixou claro que não vai deixar a moeda cair abaixo de R$ 2 ", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.
O dólar era pressionado pela melhora do humor do investidor, que buscava ativos de risco maior após os Estados Unidos mostrarem uma queda da taxa de desemprego do país, para o menor nível em quase quatro anos a 7,8%.
Em setembro, o BC combateu a valorização do real com quatro leilões de swap cambial reverso em resposta ao fortalecimento do real após medidas de estímulo monetário na Europa e nos Estados Unidos, ações que foram duramente criticadas por autoridades brasileiras.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou no final de setembro que não permitirá a valorização excessiva do real após tais medidas, citando outras armas para combater a chamada "guerra cambial". Dentre a artilharia, estariam impostos sobre capital de curto prazo.
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