A dívida pública federal, o que inclui os endividamentos interno e externo, recuou 0,51% em agosto deste ano, ou R$ 9 bilhões, para R$ 1,86 trilhão, divulgou nesta segunda-feira (24) a Secretaria do Tesouro Nacional. Em julho, a dívida somava R$ 1,87 trilhão. É o segundo mês seguido de queda na dívida pública.
De acordo com o governo federal, a dívida caiu no mês passado por conta, principalmente, do resgate líquido de papéis (vencimentos acima das emissões; o que significa que o governo "pagou mais empréstimos" do que buscou), no valor de R$ 28,58 bilhões. No sentido contrário, porém, as despesas com juros totalizaram R$ 18,79 bilhões e elevaram a dívida em igual proporção.
"No caso das NTN-B [títulos públicos corrigidos pela inflação], há um vencimento por ano, que acontece em agosto em anos pares. No mês passado, houve um vencimento expressivo de R$ 48 bilhões em NTN-B. A queda da dívida já era esperada. A demanda dos investidores pelos títulos do Tesouro Nacional tem sido bastante boa. Não temos tido nenhum problema para rolar a dívida", declarou Fernando Garrido, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional.
Para 2012, a expectativa do Tesouro Nacional é que a dívida pública cresça entre R$ 83,6 bilhões e R$ 183,6 bilhões, atingindo um patamar entre R$ 1,95 trilhão e R$ 2,05 trilhões. Deste modo, o crescimento ficará entre 4,48% a 9,84%. Essa previsão consta no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2012. No ano passado, a dívida subiu 10%, para R$ 1,86 trilhão.
Dívidas interna e externa
No caso da dívida interna, segundo informou o Tesouro Nacional, foi registrado uma queda de 0,53% em agosto deste ano, para R$ 1,77 trilhão. Em julho, a dívida interna estava em R$ 1,78 trilhão. O recuo da dívida interna foi de R$ 10 bilhões no mês passado.
Já no caso da dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos no mercado internacional e de contratos firmados no passado, o governo contabilizou um ligeiro aumento de 0,02% no mês passado, para R$ 88,4 bilhões.
Perfil da dívida
A Secretaria do Tesouro Nacional informou que a participação dos papéis prefixados (cuja correção é determinada no momento do leilão) na dívida pública passou de R$ 659 bilhões em julho, ou 36,89% do total, para R$ 684 bilhões em agosto, ou 38,47% do total.
Ao mesmo tempo, a participação de títulos atrelados aos juros básicos da economia somou R$ 448 bilhões em agosto, ou 25,23% do total, contra R$ 438 bilhões em julho (36,89% do total). Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de "swap cambial".
Os números do Tesouro Nacional motram que a parcela de títulos atrelados à inflação recuou em agosto, para R$ 622 bilhões, ou 35% do total, contra R$ 656 bilhões, ou 36,7% do total, em julho.
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