O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (19) em mais um dia de pouca variação ante o real, apesar da aversão ao risco que impulsionava a moeda norte-americana no exterior. O dólar rondou o nível de R$ 2,02 desde a véspera, aumentando a cautela do investidor para uma possível intervenção do Banco Central.
A moeda dos Estados Unidos teve alta de 0,04%, a R$ 2,0284. Na semana, a moeda acumula queda de 0,61%. No mês, a alta é de 0,02% e no ano, é de 8,56%.
"Existe uma margem de segurança com a qual o pessoal trabalha. Então, quanto mais o dólar se aproxima de R$ 2,02, maior é a cautela do investidor, e maior fica o olho do Banco Central", afirmou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel.
O mercado consolidou R$ 2 como um piso informal depois que o BC interveio com força em meados de setembro para evitar que a divisa caísse abaixo desse nível. No início de outubro, a autoridade monetária voltou a atuar, mas anunciou a intervenção com o dólar num nível um pouco mais distante do piso, em torno de R$ 2,016.
O investidor está agora mais atento a uma possível atuação do BC, uma vez que o dólar veio recuando lentamente nas últimas cinco sessões.
O estrategista do Citibank, Sidney Yoshihiro, por meio de nota a clientes, avalia que a discussão sobre a manutenção, ou não, da Selic estável em 7,25% ao longo de 2013, pode encorajar o mercado a testar o BC novamente.
A pressão externa desta sessão, no entanto, era para valorização do dólar. Os mercados internacionais estão mais pessimistas devido a resultados corporativos fracos e também com incertezas sobre a Espanha, que vacila em pedir um resgate à zona do euro que ativaria o programa de compra de títulos do Banco Central Europeu (BCE).
O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, afirmou nesta sexta-feira que o país ainda não tomou uma decisão sobre um possível pedido de ajuda à zona do euro, acrescentando que se for necessário, a Espanha irá tomá-la. "Lá fora as principais moedas estão se desvalorizando (ante o dólar) por causa da aversão ao risco. A tendência aqui era para ser de alta (do dólar)", disse Battistel.
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