Mesmo tendo conseguido retomar nos últimos meses as exportações de suco de laranja para os Estados Unidos na forma de suco concentrado (FCOJ, na sigla em inglês), o Brasil deve fechar o ano com um volume total de vendas para o país bem abaixo do que o registrado em 2011.
Balanço da CitrusBR, que representa as companhias brasileiras produtoras e exportadoras, mostra que de janeiro a setembro as exportações brasileiras de suco de laranja concentrado para os EUA caíram 25% na comparação com o ano passado, após polêmica envolvendo o fungicida carbendazim.
Em janeiro, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) barrou carregamentos de suco de laranja do Brasil que apresentaram resultado positivo para a presença do fungicida carbedazim, vetado nos EUA, e passou a testar todo o suco de laranja exportado pelo Brasil. O uso do químico tem sido empregado no combate à 'pinta-preta', um tipo de fungo comum em pomares de laranja.
Para atender às exigências da FDA, os produtores brasileiros foram então forçados a embarcar suco apenas na forma não concentrada e ficou sem exportar o suco concentrado nos primeiros meses do ano. Os embarques do produto só foram retomadas em julho, após o governo americano passar a aceitar testes privados para o fungicida carbendazim realizados pelos próprios produtores brasileiros antes de embarcar o produto.
"Fizemos uma adaptação em toda a cadeia para cumprir as exigências americanas e o setor já está totalmente adaptado. Conseguimos, tecnicamente, voltar as padrões anteriores um pouco até mais cedo do que o imaginado", afirmou ao G1 o presidente-executivo da CitrusBR, Christian Lohbauer.
Um total de 47.767 toneladas de suco concentrado foi enviado até setembro, ante 63.737 toneladas embarcadas para os EUA em 2011. Em setembro, no entanto, o total de suco concentrado enviado foi de 16.974 toneladas, uma alta de 72% em relação as 9.825 toneladas exportadas em 2011.
Apesar do resultado exclelente de setembro, a CitrusBR estima que o total enviado pelo Brasil no ano deve ficar cerca de 20% abaixo das 170 mil toneladas de suco concentrado enviadas em 2011. "Essa diferença na comparação com o ano passado deve ser mantida porque o que está acontecendo é uma queda generalizada no consumo de suco em todo o mundo. Só nos Estados Unidos a queda foi de 25% na última década", afirma Lohbauer.