20/10/2012 16h04 - Atualizado em 20/10/2012 16h04

'O Reino Cantado de Luiz Gonzaga' destrincha os segredos do forró

Forró também significa a festa, onde o povo curte esse tipo de música. Programa também mostra novos forrozeiros, a dança e as casas noturnas.

O programa "O Reino Cantado de Luiz Gonzaga", da Globo Nordeste, homenageia o legado do Rei do Baião, no ano do centenário do seu nascimento. O episódio exibido neste sábado (20) falou sobre o forró, tipo de música nascido no Nordeste, cuja instrumentação básica tem sanfona, zabumba e triângulo.

Confira o primeiro bloco do programa no vídeo ao lado.

Os mestres do forró são Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês, João do Vale, Dominguinhos e muitos outros. Forró também significa a festa, onde o povo curte esse tipo de música. É ainda a dança, que acompanha a música, e a casa noturna onde as pessoas se reúnem para tocar e dançar.

O programa entrevistou o cantor e compositor Santanna. Ele explicou a origem da palavra forró. “Forró vem de forrobodó, que é uma corruptela de faux-bourdo, uma palavra francesa. É que o português com raiva do francês, que invadiu Portugal e o rei correu para o brasil, quando viu uma festa de baixo calão, briga confusão, dizia que era um forrobodó. Essa é a verdadeira origem do verbete forró”, falou.

O Trio Nordestino mostrou na prática o que é forró, que, segundo o jornalista José Teles, é um coletivo de vários ritmos nordestinos. “Vai do maracatu ao coco, embolada, baião, xote. É [música] para festa, para dançar. Até 1970, era a música corrente de rádio, a gente crescia ouvindo forró”, disse.

O pesquisador José Manuel lembrou que Luiz Gonzaga inventou o gênero baião, junto com Humberto Teixeira. Assim, quando Gonzagão criou o baião, trouxe para junto dele dezenas de ritmos, que tinham centenas de nomes, que ganhou o nome genérico de forró.

Para Santanna, esta é a marca da genialidade do Mestre Lua. “Criar ritmos é muito difícil, mudar conceitos de cultura popular e tradicionais, pegar a cena brasileira, que estava europeizada e americanizada, e colocar um ritmo genuinamente brasileiro”, apontou.

O músico Quartinha recordou como conheceu Luiz Gonzaga, ainda na infância, e ganhou o seu primeiro cachê tocando zambumba. “A zabumba é o molho, o suingue do forró”, ressaltou. Já o compositor João Silva contou como surgiu a letra da música “Pagode Russo”, escrita junto com Gonzagão.

A banda Fim de Feira executou a canção. Tonzinho, integrante do grupo, falou sobre a modernização do forró. “Além do triângulo, zabumba e triângulo, pode ter bandolim, viola, banjo, ukelele”, disse. O Trio Nordestino concordou. “Todos os ritmos se modernizam, a gente mesmo toca com baixo, guitarra, bateria, a gente só não foge da essência”, explicou.

O segundo bloco do programa falou sobre os novos forrozeiros, a arte de dançar forró e as casas noturnas que trazem para a cidade a quentura do forró do interior. Geraldinho Lins é da nova safra de forrozeiros e disse que foge dos rótulos. “Meu forró é universal, não é estilizado, nem pé de serra, nem universitário, sem rótulo. Sou pelo e para o forró”, falou.

Confira o segundo bloco do programa no vídeo acima.

O empresário Rinaldo Ferraz contou como surgiu a Casa de Reboco, em 1999, que hoje é referência para quem gosta de dançar forró. “A nossa intensão foi resgatar o forró autêntico”, disse.

Forró é um ritmo nordestino, com dança alegre e sensual, que o mundo inteiro entende, um pedaço do Sertão que foi renascer na cidade e mata a nossa saudade de Gonzagão. Hebert Lucena fechou o episódio tocando “Forró no Escuro”, de Luiz Gonzaga.

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