A economia global segue com perspectiva de baixo crescimento por um período de tempo prolongado, informou o Banco Central nesta quinta-feira (27), por meio do relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano.
"Nos Estados Unidos, a despeito de o mercado imobiliário ter apresentado sinais de melhora em meses recentes, o ritmo de atividade segue influenciado por risco de contenção fiscal
e de fragilidade do mercado de trabalho, que se somam aos associados à crise europeia", informou o BC.
Já na zona do euro, acrescentou a instituição, "permanecem incertezas políticas e o ceticismo sobre a solidez do sistema bancário em alguns países da região" - o que sustentam perspectivas desfavoráveis para a atividade.
"Nesse contexto, nas economias maduras, restrições no espaço de utilização de políticas contracíclicas, mercado de trabalho debilitado, destruição de riqueza e mercado de crédito ainda restritivo compõem o cenário de baixo crescimento", informou a autoridade monetária.
Países emergentes
Para os países emergentes da América Latina e Ásia, as expectativas de crescimento do Banco Central continuam apontando para um "ritmo de atividade moderado". "Em casos específicos, observam-se mudanças no padrão de crescimento – com menor ênfase em exportações – que tendem a ser permanentes", acrescentou.
Já o cenário para a economia chinesa (e para a indiana) se apresenta "mais desafiador do que se antecipava", informou o BC brasileiro. "Nesse contexto, apesar da resiliência da demanda doméstica nas economias emergentes, o ritmo da atividade tem moderado", informou.
Viés desinflacionário no médio prazo
O Copom avaliou que, apesar de manifestar viés inflacionário no curto prazo, o cenário internacional se mostra desinflacionário no médio prazo. "No âmbito doméstico, o comitê entende que, desde o último relatório, vistos em conjunto, os desenvolvimentos domésticos indicam, no horizonte relevante, um balanço de riscos neutro", concluiu.