Cultura

Assunto do dia, volta do É o Tchan original ainda é só um plano

‘O problema é que Carla (Perez) e Débora (Brasil) agora são evangélicas, e não sei se elas vão topar’, diz Cumpadi Washington

RIO - Terça-feira. 27 de novembro de 2012. Nas redes sociais o assunto mais comentado do dia: a volta do É o Tchan em sua formação original para gravar um DVD, com direito a Carla Perez, agora com 35 anos, segurando o Tchan. Mas, segundo “Cumpadi” Washington, a história não é bem assim.

— Não tem nada confirmado. É só uma grande vontade que temos. Foi uma conversa de bastidores do Beto Jamaica e alguém ouviu — disse um dos cantores do grupo ao GLOBO. — Mas o burburinho que a notícia causou deu um incentivo maior para nós. O problema é que Carla (Perez) e Débora (Brasil) agora são evangélicas, e não sei se elas vão topar. Além disso, Sheila (Mello) está grávida. Com Jacaré, eu converso às vezes. E ele pode se animar — explica, sem citar Scheila Carvalho.

Mas independentemente de a notícia ser verdadeira ou não artistas de diferentes estilos opinaram sobre o boom que a banda provocou no Brasil ao lançar o álbum homônimo em 1995.

— Eu amava. Foi um dos primeiros shows que vi na minha vida, ainda em Belém. Era a época de Carla com Débora, e eu sabia todas as coreografias. Lembro que fiquei gritando para o Jacaré me olhar — confessa a musa do tecnobrega Gaby Amarantos. — Que bom que vão voltar!

Roqueiro convícto, Jimmy, do Matanza, também tem sua opinião sobre o grupo baiano, que teve muitas formações de dançarinas, entre louras e morenas. Destemido, ele acha que “nada pode ameaçar o rock. Somos como as baratas. Pode haver um ataque nuclear, que vai ter gente ouvindo e tocando guitarra”.

— Comparo essa volta à vinda dos zumbis que vão matar toda a humanidade. Acho abominável, mas vi todas as “Playboys” que saíram na época. A morena (Scheila Carvalho) é “mó” gostosa. Mas acho vulgar a mulher rebolar daquele jeito. Aquela tentativa de sensualidade não tem a ver com música.

Além de um fenômeno cultural, o É o Tchan fez muitos hits, que são lembrados até hoje nas pistas de dança de festas que não são exatamente voltadas para o público fã de axé. É o caso da Modinha, festa carioca que reúne em várias cidades brasileiras, um público de jovens que gostam do bom e velho rock, passando pelos lançamentos do pop, até... “O melô do Tchan”.

— Nossa festa tem como base um repertório para mexer com a memória afetiva das pessoas. E isso funciona para o bem ou para o mal. Tocamos clássicos de Madonna e Michael Jackson, até os inusitados, como É o Tchan. É quando a pista explode, já naquele momento de euforia do fim da noite. É engraçado ver pessoas que mantiveram a postura a noite toda, fazendo as coreografias de “É o Tchan no Havaí” e outras — diz o DJ João Rodrigo Miranda.

E antes de desligar o telefone, Cumpadi Washington deixou claro que a banda voltou a se reunir há três anos, apesar da formação bem diferente.

— Vocês do Sudeste não estão por dentro, mas estamos fazendo shows sem parar pelo Nordeste. São duas dançarinas morenas e vamos convidar uma loura agora. Da formação original, somos só eu e Beto.