01/11/2012 17h02 - Atualizado em 01/11/2012 17h03

Dólar encerra perto da estabilidade no primeiro dia de novembro

Moeda norte-americana encerrou em leve alta, de 0,06%, para R$ 2,0315.
Declarações do governo e intervenções do BC mantêm dólar 'congelado'.

Do G1, com informações da Reuters

Apesar da forte agenda de indicadores domésticos e no exterior, o dólar começou o mês de novembro da mesma forma que terminou outubro: congelado.

A moeda norte-americana enecrrou em leve alta, de 0,06%, nesta quinta-feira (1º), em torno de R$ 2,0315, nível que autoridades brasileiras consideram favorável à vacilante indústria do país.

No ano, a moeda tem valorização de 8,72%; na semana, alta é de 0,24%.

Intervenções do Banco Central e declarações de integrantes do governo deixaram claro nos últimos meses que o dólar deve ficar acima de R$ 2. A previsibilidade da cotação da moeda afastou os investidores do mercado, o que é evidenciado pela volatilidade ínfima e pelos pequenos volumes diários.

"Estamos praticamente congelados, engessados. A agenda de indicadores lá fora está forte hoje, mas isso basicamente não influencia em nada", afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.

Cenário externo
Dados divulgados nesta quinta mostraram que a economia chinesa pode finalmente estar retomando a força. O Índice de Gerentes de Compra (PMI na sigla em inglês) oficial do setor industrial do país subiu para 50,2 em outubro ante 49,8 em setembro -- a primeira vez acima do nível de 50 desde julho.

Nos Estados Unidos, dados de emprego também mostravam que a maior economia do mundo pode estar recuperando o fôlego. O setor privado do país abriu 158 mil postos de trabalho em outubro, acima das expectativas, enquanto os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 363 mil na semana passada.

Embora tais dados ajudassem a alimentar o apetite por risco do investidor nas praças financeiras internacionais, o dólar também tinha oscilações pequenas em relação a outras moedas.

As incertezas sobre as perspectivas da economia global --incluindo a crise da dívida da zona do euro, o "abismo fiscal" dos Estados Unidos e a desaceleração da atividade chinesa - ainda dão um tom de cautela aos mercados, segundo o operador do Banco Daycoval Luiz Fernando Gênova.

"O mercado continua receoso. O crescimento econômico continua sendo a grande questão dos mercados e, enquanto não houver uma melhora significativa, o pessoal continuará com receio de aumentar a exposição ao risco", afirmou.

A ausência de grandes acontecimentos no cenário internacional tem colaborado para manter o dólar nos atuais níveis, além da posição das autoridades brasileiras sobre o câmbio.

Dados do Brasil
A intenção de manter o real desvalorizado foi novamente evidenciada na quarta-feira, desta vez pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que disse que o governo está "empenhado" em manter o dólar no nível de R$ 2. O governo defende que a moeda norte-americana nesse nível aumenta a competitividade da indústria brasileira no exterior, essencial para impulsionar o fraco crescimento econômico do país.

Segundo dados divulgados mais cedo, a produção industrial brasileira caiu 1% em setembro frente a agosto. Trata-se do pior resultado mensal desde janeiro passado, quando a contração foi de 1,8%, e pior do que o esperado pelo mercado.

"Aparentemente, para os exportadores essa taxa (de câmbio) está razoável, e por isso o dólar não vai para um lado nem para o outro", disse Siaca, da Advanced.

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