Economia

PF cumpre mandado de prisão domicilar contra pai de banqueiro do Cruzeiro do Sul

Já Horácio Martinho Lima e Maria Luisa Garcia Mendonça, ex-executivos do banco, terão pagar fiança preventiva de até R$ 1,8 milhão

SÃO PAULO e RIO – Além da prisão de Luis Octavio Índio da Costa, um dos ex-controladores e ex-diretor superintendente do banco Cruzeiro do Sul, na tarde de ontem , a Polícia Federal (PF) cumpriu nesta manhã mandado de prisão domiciliar contra seu pai, também ex-controlador do banco. Luis Felippe Índio da Costa ficará em sua residência no Rio por ter mais de 80 anos.

Também no Rio, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão relacionados a altos administradores do banco, que teve sua liquidação decretada pelo Banco Central no mês passado. Um deles foi na casa de Luis Felippe e outros na casa de dois ex-excutivos do banco, que não tiveram seus nomes divulgados pela PF, mas segundo o Ministério Público de São Paulo eles são Horácio Martinho Lima e de Maria Luisa Garcia de Mendonça

Lima e Maria Luisa não tiveram suas prisões decretadas pela Justiça, mas terão que pagar fiança preventiva R$ 1 milhão e de R$ 1,8 milhão. Caso o pagamento não seja feito, eles serão detidos. Ainda, como medida preventiva, eles estão proibidos “de viajar ao exterior, de exercer qualquer atividade no mercado financeiro ou dispor de bens próprios ou de terceiros”, diz nota divulgada pela PF nesta terça-feira.

O inquérito foi instaurado em São Paulo, em junho de 2012, após o recebimento de informações do Banco Central do Brasil sobre supostas fraudes contábeis realizadas pelo banco Cruzeiro do Sul. Ao longo da investigação, a PF detectou indícios de outras condutas criminosas. A investigação aponta a possibilidade de fraude de mais de R$ 1,2 bilhão.

“As medidas cautelares foram decretadas pela 2ª Vara Criminal Federal São Paulo, a pedido da Polícia Federal, em razão da capacidade dos investigados de causar prejuízo efetivo à ordem pública, da existência de suspeitas de ação atual dos envolvidos para subtração de bens da ação do Estado e do risco do desfazimento de seu patrimônio, acarretando prejuízos para a ordem econômica e ao sistema penal”, afirmou a PF.

São apurados crimes contra o sistema financeiro, crimes contra o mercado de capitais e lavagem de dinheiro. O preso será indiciado pelos mesmos crimes e, caso seja condenado, poderá cumprir penas de um a 12 anos de prisão e multa.

Luis Octavio Índio da Costa foi preso em sua casa, num condomínio fechado, em Cotia, por volta das 17h da segunda-feira e levado para a carceragem da sede da Polícia Federal em São Paulo, na Zona Oeste da cidade. A prisão preventiva de Índio da Costa foi decretada pela 2ª Vara da Justiça Federal, atendendo a pedido da procuradora Karen Louise Janetti Kahn, do Ministério Público Federal (MPF). O pedido baseou-se em inquérito que tramita na Delegacia de Repressão aos Crimes Financeiros, da PF.