Valor OnLine

13/11/2012 15h21 - Atualizado em 13/11/2012 17h35

Carga tributária cresce menos no Brasil que na média da AL, diz OCDE

Na América Latina, carga de tributos do país só fica atrás da Argentina.
Carga tributária brasileira em 2010 supera a 17 países da OCDE.

Do G1, com informações do Valor Online

A carga tributária brasileira avançou, nas duas décadas entre 1990 e 2010, menos que a média latino-americana, embora mais que a dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Medida como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), a receita total de tributos subiu 4,2 pontos percentuais no Brasil, ante 5,5 pontos percentuais na América Latina e 0,8 ponto no âmbito da OCDE.

A tributária brasileira, entretanto, ainda é  67% maior que a média na América Latina e supera a de 17 países da OCDE.

Os números estão no relatório anual "Estatísticas sobre Receita na América Latina", publicação conjunta da organização, do Centro Interamericano de Administrações Tributárias (CIAT) e da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal).

Divulgada nesta terça-feira (13) em Brasília, a última edição do documento aponta que nas décadas entre 1990 e 2010, a média não ponderada da arrecadação tributária como fatia do PIB subiu de 13,9% para 19,4% para 15 países latino-americanos selecionados. Em 34 países da OCDE a média subiu de 33% para 33,8%.

Carga tributária brasileira supera a 17 países da OCDE
No Brasil, a mesma relação era de 28,2% em 1990 e chegou a 32,4% em 2010. Ou seja, a carga tributária no país é 67% maior que a média nos 15 países analisados na América Latina (19,4%). Na região, o Brasil fica atrás somente da Argentina, cuja receita tributária alcançou 33,5% do PIB no ano retrasado.

Segundo o estudo, a proporção dos tributos em relação ao PIB no Brasil foi maior do que em 17 países da OCDE, incluindo Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Espanha, Suíça e Estados Unidos.

O aumento na carga tributária nos países latino-americano incluídos no estudo foi disseminado para tributos diretos e indiretos. Na América Latina, a receita de tributos sobre bens e serviços, ou seja, indiretos, subiu de 7,1% para 9,9% do PIB, variação de 2,8 pontos percentuais, sempre pela média não ponderada. No Brasil, esses tributos aumentaram de 0,7 ponto percentual, partindo de 13,5% do PIB em 1990, para 14,2% em 2010. Na OCDE os tributos indiretos aumentaram de 10,4% para 11% do PIB.

Parte dos tributos diretos, os impostos sobre renda (salários e lucros, por exemplo) aumentaram de 3,2% para 4,8% do PIB na média latino-americana e de 5,1% para 6,9% do PIB no Brasil. Na OCDE o processo foi inverso e a média recuou de 12,5% para 11,3% do PIB.

Os impostos sobre propriedade, que também são diretos, mantiveram-se no patamar de 1,8% do PIB no caso dos países da OCDE, na comparação das situações em 1990 e 2010. Tanto no Brasil quanto na América Latina, no entanto, a proporção de impostos em relação ao PIB subiu, saindo respectivamente de 1,8% para 1,9% e de 0,7% para 0,8% do PIB.

Para ler mais notícias do G1 Economia, clique em g1.globo.com/economia. Siga também o G1 Economia no Twitter e por RSS.

veja também
Shopping
    busca de produtoscompare preços de