08/02/2013 17h03 - Atualizado em 08/02/2013 19h06

Dólar fecha em leve alta, após BC intervir para elevar preço da moeda

Dólar caiu pela manhã após governo dizer que não deixará dólar a R$ 1,85.
Divisa norte-americana fechou em alta de 0,05%, a R$ 1,973.

Do G1, com informações da Reuters

O dólar fechou em leve alta nesta sexta-feira (8), após abrir os negócios em alta influenciado pela fala do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e mudar de trajetória com a intervenção do Banco Central (BC).

A divisa norte-americana fechou em alta de 0,05%, a R$ 1,973.

O dólar se mantem no menor nível de fechamento desde 11 de maio de 2012, quando a divisa encerrou a R$ 1,9560. O dólar chegou a ser cotado a R$ 1,9510 na mínima do dia e a R$ 1,9795 na máxima da sessão.

No ano, a moeda acumula queda de 3,51%. No mês, há desvalorização de 0,85% e na semana, de 0,8%.

A moeda chegou a cair 1% ante o real pela manhã e atingiu o patamar de R$ 1,95, mas passou a subir após intervenção do BC, indicando que esse poderia ser o piso de uma nova banda informal.

A abertura em forte baixa nesta sexta foi influenciada após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmar, em entrevista à Reuters, que o governo não deixaria o dólar ceder a R$ 1,85, alimentando as interpretações de que a divisa poderia cair ainda mais. "O ideal é que não houvesse intervenção, mas isso é sonho. Agora, se houver de novo uma tendência especulativa, se o pessoal se animar: 'vamos puxar esse câmbio para 1,85', aí estaremos de novo intervindo", disse o ministro.

"Ele (Mantega) veio com esse pronunciamento do R$ 1,85, o mercado entendeu que estava muito longe do piso então começou a vender dólar", afirmou o economista da XP Investimentos, Daniel Cunha.

Intervenção
Para evitar que o dólar continuasse caindo e o real, se valorizando, o BC anunciou um leilão de swap cambial reverso no final da manhã. A ação equivale a uma compra de dólares no mercado futuro e ajuda a puxar o dólar para cima. O BC não realizava leilões de swap cambial reverso desde o final de outubro.

Alguns analistas apontam que a intervenção do BC também teve o objetivo de retirar o excesso de volatilidade do dólar, que na véspera já havia recuado 0,82% ante o real.

"Eles (BC) parecem estar fazendo duas coisas: uma é tentar desacelerar a apreciação do real, mas eles também parecem estar colocando um limite de R$ 1,95 por dólar, pelo menos por enquanto", afirmou o estrategista-chefe para a América Latina do IDEAglobal em Nova York, Enrique Alvarez.

Inflação
Por boa parte de 2012, o dólar foi negociado dentro de um intervalo de R$ 2 a R$ 2,10, com autoridades brasileiras frisando à época que o dólar acima de R$ 2 tinha vindo "para ficar" para proteger os exportadores brasileiros.

Agora, o mercado tem apostado que as autoridades brasileiras usarão o câmbio como ferramenta de contenção da inflação, uma vez que existe a intenção de manter a taxa básica de juros na atual mínima histórica de 7,25% para promover o crescimento econômico do país.

"O mercado está especulando que o câmbio vai ser a ferramenta dos ajustes das expectativas de inflação antes da Selic", disse Cunha, da XP. Mesmo com tais expectativas, os temores com inflação já fazem a curva de juros precificar um aumento de 1% ainda este ano.

O estopim da reação mais abrupta foi a divulgação do IPCA de janeiro, que registrou alta de 0,86 por cento, a maior em quase oito anos, e colocando em risco a manutenção da Selic ao longo do ano.

O mercado tem apostado recentemente que as autoridades brasileiras usarão o câmbio como ferramenta de contenção da inflação, embora o governo já tenha rechaçado essa alternativa.

Após a divulgação do IPCA de janeiro na quinta-feira, Tombini afirmou que a inflação continuará pressionada e que deverá ficar na casa dos 6% em 12 meses durante o primeiro semestre do ano, muito próxima do teto da meta, de 6,5%.

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