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Clubes pequenos sugerem turno extra no Campeonato Carioca

Pedido de mudanças na fórmula do torneio para aumentar número de jogos decisivos foi protocolado na Ferj e será analisado em arbitral no fim do mês

Por Rio de Janeiro

Rubens Lopes, Reunião Ferj (Foto: Vicente Seda / Globoesporte.com)Rubens Lopes, presidente da Federação do Rio
(Foto: Vicente Seda / Globoesporte.com)

O Campeonato Carioca poderá ter novidades. Os clubes de menor porte do estado e que fazem parte da Série A local protocolaram uma sugestão de mudança na fórmula de disputa, prevendo um turno extra após as taças Guanabara e Rio e mantendo o número de equipes (16). A assessoria da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) informou que a sugestão ainda será analisada em arbitrais - o próximo acontecerá no fim deste mês. As alterações estão sendo sugeridas para 2013 e 2014, já que pelo Estatuto do Torcedor o regulamento das competições têm de ter vigência mínima de dois anos.

De acordo com o documento, o turno extra será disputado pelos quatro melhores colocados na classificação geral da competição - excluídos os campeões dos dois turnos. Em partida única, primeiro colocado enfrenta o quarto, e o segundo pega o terceiro. Os vencedores passam à semifinal estadual, também em jogo único. Os adversários serão os campeões das taças Guanabara e Rio, que terão vantagem de empate. Os vencedores dessas semifinais se enfrentariam então pelo título, em dois jogos. Se a mesma equipe conquistar os dois primeiros turnos, tem acesso direto à final, com vantagem de empate na decisão. A outra vaga seria decidida entre os vencedores do turno extra.

O presidente da entidade, Rubens Lopes, explicou em entrevista à Rádio Tupi:

- Com isso, vamos privilegiar a melhor pontuação. Isso corrige uma distorção. Em 2012, o Flamengo fez 36 pontos, o Vasco, 35 e nenhum ficou nem entre as duas primeiras posições. Um clube que não tenha ganho o primeiro ou o segundo turno, ainda tem a chance de ser campeão, caso ele chegue à final. O vencedor da Taça Guanabara não estará direto na final. E sim, na semifinal, por conta deste grupo novo. Em vez de dois turnos, teremos três. Quem ganhar os dois iniciais vai direto para a final do campeonato (em dois jogos) e não é mais automaticamente campeão - afirmou.

O objetivo, segundo o cartola, é aumentar o número de partidas decidivas e, desta forma, o público e a arrecadação do Carioca.

- Nas duas partidas finais, independente dos resultados, haverá outra partida na qual, se empatar em pontos ganhos, a decisão vai para os pênaltis. Isso impede o esvaziamento do segundo jogo como neste ano, quando o Fluminense fez 4 a 1 no primeiro jogo contra o Botafogo e esvaziou o outro jogo - lembrou.
 

 

Dirigente tricolor se preocupa com calendário apertado

A proposta iniciou um debate entre os dirigentes de clubes cariocas. Diretor executivo de futebol do Fluminense, Rodrigo Caetano teme que as mudanças interfiram no calendário já apertado do futebol brasileiro.

- Prefiro aguardar o conselho arbitral do campeonato antes de qualquer coisa. Ainda não tenho opinião formada. Por enquanto está até difícil de interpretar as mudanças. Sabemos que vai ter mais um turno e esperamos que isso não afete um calendário que já é tão apertado. No conselho em novembro tudo será explicado. É bom lembrar que pelo Estatuto do Torcedor a fórmula vale por dois anos. Ou seja: será assim em 2013 e 2014. Preocupa o fato de uma equipe ganhar os dois turnos e ainda correr o risco de perder o título, por exemplo. A fórmula atual sempre foi defendida como uma das melhores do Brasil. Enfim, vamos esperar que tudo seja explicado. Volto a frisar: ainda não é possível ter uma opinião formada a respeito - concluiu.

Diretor executivo do Vasco, Daniel Freitas concorda com Caetano e acredita que a nova fórmula pode deixar o campeonato confuso.

- Soube da proposta de mudança apenas pela imprensa, e inicialmente achei o novo regulamento um pouco confuso. A fórmula atual é mais simples e já consagrada. Para emitir um parecer melhor, vamos esperar o arbitral de novembro, pois ainda não recebemos qualquer confirmação oficial. A preocupação comum aos grandes clubes é o curto período de pré-temporada. Os times acabam tendo não mais do que 15 dias se preparar. Não é o ideal - afirmou.