26/11/2012 08h53 - Atualizado em 26/11/2012 08h53

Entenda o que são os royalties de petróleo e o que muda com projeto

Empresas pagam valores aos governos para ter direito à exploração.
Estados produtores reclamam da perda de dinheiro.

Do G1, com informações do Bom Dia Brasil

Os royalties de petróleo são os valores em dinheiro pagos pelas empresas produtoras aos governos para ter direito à exploração. A distribuição desses valores entre os estados e municípios brasileiros deve mudar a partir de janeiro do ano que vem, com a aprovação do projeto na Câmara dos Deputados, no último dia 6.

Pelo projeto aprovado, estados produtores, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, perdem dinheiro. A parcela cai dos atuais 26% para 20% já a partir de 2013. Os munícios que produzem petróleo e hoje ficam com 26% dos royalties, passariam a receber 15% no ano que vem e 4%, em 2020.

Já a parcela de cidades não produtoras passaria de 1,75% para 21% a partir de janeiro. A parcela dos estados não produtores saltaria de 7% para 21%.

O projeto atinge também os contratos antigos. “O que está se criando agora é uma situação de instabilidade com mudança de regra, depois que as regras foram estabelecidas. Você não pode quebrar as regras da noite para o dia e achar que os estados têm condições de se adaptar da noite para o dia também”, diz o economista David Zylberstajn.

“Existe aí uma perspectiva muito ruim para estes estados e uma perspectiva, na minha opinião, também muito ruim para o Brasil, em função disso.”

O governo do Rio estima uma perda de mais de R$ 3,4 bilhões no próximo ano, e de R$ 77 bilhões até 2020. Investimentos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas ficariam comprometidos.

Por esta razão, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, marcou um protesto contra a aprovação da nova lei de distribuição dos royalties do petróleo para esta segunda-feira (26).

A manifestação “Veta, Dilma. Contra a injustiça. Em defesa do Rio” tem concentração marcada para as 14h na Candelária, para contestar o projeto de lei de número 2565.

A proposta de redistribuir a receita dos royalties do petróleo é do deputado Onyx Lorenzoni, do Democratas do Rio Grande do Sul. “Todos os brasileiros, através dos seus impostos, pagaram pesquisa, lavra e retirada do petróleo do subsolo. O que a Câmara e o Senado estão fazendo é justiça, ou seja, todos os brasileiros contribuíram para ajudar na localização e na exploração, é justo que todos os estados compartilhem os royalties”, defende.

Senadores do Rio criticam o projeto. “Eu tenho muita confiança que a presidenta Dilma vai entrar por este caminho do equilíbrio e é por isso que essa passeata de hoje no Rio de Janeiro não é uma passeata contra ninguém, mas é uma passeata em defesa dos nossos direitos”, diz Lindberg Farias (PT-RJ).

“O Rio de Janeiro não participa do ICM da soja, que é produzida em Mato Grosso, nem da carne que é produzida no Rio Grande do Sul. Por que os outros estados entendem que eles têm que participar dos royalties do petróleo? Esse projeto vai levar o Rio para a falência”, critica Francisco Dornelles, senador pelo PP do Rio.

O projeto que prevê a redistribuição dos royalties do petróleo foi aprovado na noite do dia 6 de novembro, por 296 votos a favor e 124 contra. Os deputados aprovaram o texto-base oriundo do Senado do projeto que redistribui entre União, estados e municípios os tributos (royalties e participação especial) provenientes da exploração do petróleo. O projeto depende agora de sanção da presidente Dilma Rousseff.

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