09/04/2012 06h54 - Atualizado em 09/04/2012 10h36

SP gera um terço dos resíduos de todo o Brasil

Apenas a capital produz 13 mil toneladas de lixo por dia.
Busca de alternativas para a destinação do lixo é desafio.

Do G1 SP

Se geração de lixo fosse uma meta, o estado de São Paulo seria um exemplo de eficiência difícil de desbancar. No território paulista é gerado cerca de um terço dos resíduos de todo o país. A capital é a cidade campeã: 13 mil toneladas de lixo por dia. Só a cidade de São Paulo gasta R$ 1,4 bilhão por ano para administrar a limpeza de ruas, a coleta e a destinação final do lixo, como mostrou o Bom Dia São Paulo.

(A partir desta segunda-feira (9), os telejornais da TV Globo exibem uma série de reportagens sobre o lixo. No G1, os moradores de São Paulo poderão enviar fotos e localização de pontos irregulares de despejo.)

O lixo coletado na capital é levado para dois aterros. O Centro de Tratamento, no extremo da Zona Leste, recebe 7 mil toneladas por dia. Como já falta espaço na cidade, o restante é levado para um aterro na cidade de Caieiras, na Grande São Paulo.

A operação no aterro não para - 24 horas por dia, de domingo a domingo. Setecentos caminhões chegam no local diariamente e, com eles, 6 mil toneladas de lixo.

“Nós estamos acostumados a dizer que lixo é um conjunto de materiais a serem descartados. Isso não é verdade. Eles têm valor econômico, e é o maior contra-senso gastar dinheiro para transportar para longe matérias-primas preciosas e ainda mais pagar para enterrá-las”, diz o presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável, Sabetai Calderoni.

Em outras cidades paulistas, a situação é ainda pior. As 20 toneladas geradas por dia em Vargem Grande do Sul, por exemplo, são levadas para uma área sem qualquer tipo de vigilância.

“Existem dois aspectos principais relacionados à saúde pública pela presença de vetores, possíveis transmissores de doenças, e outro aspecto ambiental, como por exemplo poluição da água, do solo, das águas subterrâneas que podem trazer prejuízos ambientais”, afirma Cristiano Kenji, gerente da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).

Por questões sanitárias e financeiras, a capital e todo o estado têm que criar outras alternativas para a destinação do lixo, que devem ir muito além de simplesmente jogar a sujeira para baixo da terra. Reduzir o volume de lixo, reutilizar e reciclar podem ser as pistas para esse caminho.

“Todo esse processo do resíduo e da reciclagem é um processo a longo prazo. Falar em reciclar não é apenas a reciclagem dos materiais, mas a reciclagem do nosso próprio comportamento, é a reciclagem do ser humano, das nossas rotinas, o que requer um trabalho disciplinado, diário, porque o volume de consumo e de descarte dentro de uma residência é muito grande”, diz Maria Cecília Loschiavo, professora de urbanismo da USP.

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