A taxa de inadimplência das pessoas físicas e das empresas, que mede o atraso de pagamento superior a 90 dias, permaneceu estável em 5,9% em setembro deste ano, informou nesta sexta-feira (26) o Banco Central.
É o mesmo patamar de julho e agosto, e também o maior nível já registrado em toda a série histórica da autoridade monetária, que começa em junho de 2000. Os números contrariam o discurso do governo, adotado desde o começo do ano, de que a inadimplência iria recuar ao longo de 2012.
Pessoa física e empresas
No caso da taxa de inadimplência somente das pessoas físicas, que mede o atraso de pagamento superior a 90 dias, o valor somou 7,9% em setembro – o mesmo de agosto. Trata-se do maior patamar desde novembro de 2009 (8%). No acumulado deste ano, a inadimplência de pessoas físicas subiu 0,5 ponto percentual, visto que estava em 7,4% no fim de 2011.
Já a taxa de inadimplência das operações dos bancos com as empresas recuou de 4,1% em agosto para 4% em setembro deste ano. De janeiro a setembro deste ano, porém, houve crescimento de 0,1 ponto percentual, uma vez que a inadimplência das empresas somou 3,9% no fechamento do ano passado.
Alerta
O crescimento da inadimplência, que vem ocorrendo consistentemente desde 2009, já foi objeto de críticas de organismos multilaterais, como o Banco de Compensações Internacionais (BIS, o banco central dos bancos centrais), há alguns meses.
Em relatório, a instituição sustentou que o Brasil estaria na "zona de perigo" por considerar haver um descompasso entre o crescimento do crédito e da expansão da economia. Citou também preocupação com o nível de endividamento das famílias e das empresas brasileiras e com o forte crescimento dos preços do mercado imobiliário.
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