10/10/2012 17h13 - Atualizado em 10/10/2012 17h48

Governo promete novas medidas para aumentar competitividade

'Teremos novas medidas que fortaleçam competitividade', diz Teixeira.
Para secretário-executivo do MDIC, país estaria em recessão sem medidas.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

O governo implementará novas medidas para aumentar a competitividade da economia brasileira em 2013, informou nesta quarta-feira (10) o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira.

"Eu tenho certeza que teremos novas medidas que fortaleçam a competitividade da economia brasileira no próximo ano. É a nossa agenda. É a nossa discussão. Se vai ser via aumento de crédito, de desoneração [redução de tributos], eu não sei ainda. O governo vai continuar fortalecendo e tomando novas medidas. Posso assegurar que o governo vai tomar todas as medidas que estiverem ao nosso alcance, e vamos estar construindo, para dar competitividade para a economia brasileira", declarou Teixeira a jornalistas.

Segundo ele, o Ministério do Desenvolvimento vem mantendo reuniões com 19 cadeias produtivas do país, nas quais todos os setores pleitearam uma série de medidas para dar competitividade para a indústria brasileira. "Estamos processando, dando coordenação. Teremos medidas para dar competitividade no ano que vem para reforçar o que fizemos neste ano", acrescentou Teixeira.

Recessão
De acordo com avaliação do secretário-executivo do MDIC, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, cujo crescimento estimado pelo mercado financeiro para este ano está em 1,57%, bem abaixo dos mais de 4% de expansão estimados pelo Ministério da Fazenda no início de 2012, registraria recessão [resultado negativo] sem as medidas de estímulo anunciadas pelo governo federal.

Neste ano, o Executivo ampliou o processo de desoneração da folha de pagamentos, reduziu os juros básicos da economia, e também para investimentos (taxas do BNDES), cortou o IPI para linha branca e dos automóveis, reduziu o IOF para empréstimos e liberou mais de R$ 70 bilhões em compulsórios para os bancos, entre outras medidas. "Um crescimento de 1,5% [para o PIB] em meio à crise, não é uma economia totalmente desaquecida", afirmou.

Questionado se haveria espaço para novas desonerações tributárias sem comprometer o chamado "superávit primário" (economia feita para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda), o secretário-executivo do MDIC afirmou que não pode afirmar isso. "Se tiver aumento de arrecadação, o Ministério da Fazenda vai dizer se tem espaço ou não", disse. No orçamento do ano que vem, há R$ 15 bilhões separados para novos cortes de tributos.

Produção industrial e emprego
Sobre o resultado da produção industrial de agosto, que registrou expansão de 1,5% frente ao mês anterior, Mauro Borges, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), avaliou que os números apontam para uma tendência de alta nos próximos meses.

"A informação mais relevante e alvissareira da retomada da atividade industrial, tanto o dado com ajuste sazonal, quanto a média móvel trimestral, foi positiva. Muitas vezes, mesmo com o ajuste sazonal, dado mês a mês tem problemas do ponto de vista de afirmar uma tendência. Mas a média móvel [trimestral, que também cresceu] dá mais segurança para afirmar que houve de fato uma retomada do crescimento industrial a partir de julho. Este é um indicador a ser comemorado", avaliou Borges, da ABDI.

Já Alessandro Teixeira, do MDIC, observou que o Brasil vive  um momento de pleno emprego. "Um mês cresce um pouquinho, outro mês cai um pouquinho. Mas, no geral, vivemos uma situação de pleno emprego. São poucos países assim, ainda mais no meio de duas crises internacionais. Conseguimos chegar a uma situação de pleno emprego. É uma exceção na economia internacional", declarou ele.

Mesmo assim, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento afirmou que, em algumas áreas, já há "gargalo de emprego" (falta de profissionais). "Precisa de soldador e engenheiro, por exemplo. Estamos buscando qualificar o pessoal mais rápido. Nas escolas técnicas, temos 28 profissões prioritárias", declarou ele.

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