22/01/2013 17h47 - Atualizado em 22/01/2013 18h00

Segundo turno da GM em São José adere à paralisação de 24 horas

Medida é um protesto contra a ameaça de demissão de 1.598 funcionários.
Nesta quarta-feira acontece a última reunião da roda de negociações.

Suellen FernandesDo G1 Vale do Paraíba e Região

Protesto dos trabalhadores na manhã desta terça-feira (22) antecedeu a paralisação de 24 horas. (Foto: Tanda Melo)Protesto dos trabalhadores nesta terça-feira (22) antecedeu a paralisação de 24 horas. (Foto: Tanda Melo)

Os trabalhadores do segundo turno da General Motors de São José dos Campos também aderiram à paralisação de 24 horas, que teve início na manhã desta terça-feira (22), após a Via Dutra ter sido fechada por um protesto contra a ameaça de demissão de 1.598 trabalhadores na montadora no Vale do Paraíba.

A greve de 24 horas acontece um dia antes da reunião decisiva entre representantes do Sindicato dos Metalúrgicos e a direção da empresa para definir o futuro dos 780 trabalhadores que estão em layoff (suspensão temporária dos contratos de trabalho) desde setembro e de outros 818 que serão considerados mão de obra excedente a partir de 26 de janeiro - data prevista para o fechamento do setor de Montagem de Veículos Automotores (MVA).

O encontro desta quarta-feira (23), no Ciesp de São José, é o último oficialmente previsto na rodada de negociações, amplia a tensão entre as partes, já que a GM não garante a manutenção dos empregos com o retorno dos operários. O impasse se arrasta desde o último mês de agosto.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros, 'o Macapá', a agenda de mobilizações da categoria não deve se esgotar com a última reunião. "Nossa greve hoje é uma greve política para cobrar a presidente Dilma a respeito da criação de uma medida provisória que impeça de demitir a GM e demais montadoras que se beneficiam de incentivos fiscais, como a redução do IPI", disse ao G1.

Propostas
Segundo ele, os sindicalistas vão para o encontro desta quarta-feira acreditando que a empresa ou o governo apresentem uma proposta concreta para o impasse. Ele acredita que os sindicalistas já esgotaram as propostas apresentadas à empresa - todas recusadas até o momento.

Protesto interdita completamente o trânsito da Via Dutra no interior de São Paulo. Trabalhadores da unidade da General Motors (GM) em São José dos Campos liberaram o trânsito por volta das 7h30, após uma hora de manifestação. (Foto: Nilton Cardin/Sigmapress/Estadão Conteúdo)Protesto dos trabalhadores interditouo trânsito da 
Dutra na manhã desta terça-feira (22).
(Foto: Nilton Cardin/Sigmapress/Estadão )

Entre as propostas que já foram expostas pelos sindicalistas à montadora, estão a continuidade da produção do modelo Classic na planta de São José dos Campos, produção local de modelos que atualmente são importados, retomada da produção de caminhões, revezamento do layoff e um novo acordo trabalhista que garanta empregos e investimentos.

No último encontro eles cogitaram até a criação de banco de horas na unidade, redução da grade salarial e um novo piso para trabalhadores admitidos após um possível acordo. A empresa disponibilizou o próximo dia 26, se necessário, para uma última rodada de negociações.

Outro lado
A assessoria de imprensa da GM informou que não vai se manifestar sobre a assembleia desta manhã pois estão em processo de negociação com o sindicato. Sobre as negociações, a empresa irá se manifestar para a imprensa apenas depois do encontro.

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