Como a vida continua, o show tem de continuar. Foi com esse espírito que turistas e moradores de Alto Paraíso de Goiás aproveitaram a noite de sexta-feira, 21 de dezembro, data que encerra o ciclo de 5.200 anos do calendário maia e que os místicos associam ao fim do mundo. Bandas se apresentaram em um palco montado na Praça da Rodoviária e festejaram com o público o fato de nenhuma catástrofe ter sido registrada. Neste sábado (22), a grande atração será a vencedora do programa The Voice Brasil, Ellen Oléria. No Réveillon, a animação será do cantor Geraldo Azevedo.
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Enquanto assistia aos shows de sexta, Otávio Torres, de 32 anos, contou ao G1 que começou o dia com uma peregrinação e seu roteiro incluiu banho de cachoeira, caminhada e meditação. “Acredito que hoje é especial não só por causa do calendário maia, mas porque é o dia mais longo do ano. Dia em que o planeta recebe mais energia”, argumenta.
Natural de Sergipe, ele chegou a Alto Paraíso na quinta-feira (20), vindo de Brasília, onde mora com a mulher e a enteada. Hospedou-se na casa de amigos e fez questão de almoçar junto com a família. “Acho que essa história de fim do mundo serve para refletirmos sobre qual mundo a gente quer para o futuro. Espero que esta data marque o fim do mundo da ganância, da desigualdade”, torce o turista, que visita a cidade pela terceira vez.
A mulher de Otávio, a produtora de eventos Ludmila Coralina, de 35 anos, confessa que estava ansiosa para a chegada do dia 21 de dezembro. No entanto, garante que não ficou frustrada com o fato do mundo não ter acabado. “Eu torci para que alguma coisa realmente acontecesse. Acredito que estamos passando por transformações”, esclarece. Assim como marido, ela tirou a sexta-feira para refletir: “Fiquei em processo meditativo. Eu gosto desse movimento mais alternativo”.
Clima pacato
Alto Paraíso de Goiás amanheceu calma no dia 21. Com as ruas vazias, o supermercado foi o local mais movimentado da cidade nas primeiras horas da manhã. Turistas aproveitaram para fazer compras e, em seguida, procuraram um dos vários roteiros turísticos da região, principalmente as cachoeiras.
(Foto: Elisângela Nascimento/G1)
A funcionária pública aposentada Antônia Barbosa Pereira, de Brasília, fez compras, acompanhada da filha e de amigos, sem se importar com o possível fim do mundo. “Queremos nos divertir, aproveitar esse lugar lindo, tomar banho de cachoeira”, conta. A filha dela, a advogada Érika Barbosa Pereira, de 25 anos, admite que acredita no fim de uma era e início de um novo ciclo. “Não creio que o mundo vá acabar, mas as mudanças acontecerão”, justifica. O grupo tinha como destino a Cachoeira dos Cristais.
Com elas, estava a funcionária pública Maria Gonçalves, de 51 anos, que realizou o sonho de conhecer a cidade que leva o mesmo nome de sua terra natal, Alto Paraíso (RO). “Alto Paraíso de Goiás está na mídia. Então, eu vi como é bonito aqui e quis conhecer. Meu Alto Paraíso também é bonito, tem cachoeira. Mas aqui tem muito mais. Estou amando. Tem muita natureza, rios, gente bonita, várias tribos”, elogia a turista.
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