O dólar fechou em alta em relação ao real nesta terça-feira (15), assim como ante outras moedas latino-americanas, pois a intensificação do debate fiscal nos Estados Unidos deixava investidores mais avessos ao risco de países emergentes.
A moeda norte-americana subiu 0,2%, para R$ 2,037.
Na semana, a moeda está praticamente estável, com alta de 0,06%. No mês há desvalorização acumulada de 0,38%.
Apesar da alta dessa sessão, analistas apostam que a tendência do dólar é de queda no médio prazo. Segundo eles, o Banco Central precisaria de um real mais valorizado para conter a inflação, que deve ser pressionada por um esperado reajuste dos combustíveis nas próximas semanas.
Nesta terça-feira, no entanto, a ausência de grandes surpresas na divulgação de dados econômicos --as vendas no varejo no país vieram praticamente em linha com as expectativas-- deixava investidores mais sensíveis ao debate fiscal nos Estados Unidos.
"Parece que a calmaria no calendário de eventos de risco está dando ao mercado uma oportunidade para se focar no impacto negativo da questão de austeridade nos EUA", disse em nota Ilya Spivak, estrategista de câmbio da DailyFX. Segundo ele, os problemas fiscais dos EUA podem se tornar uma fonte "potente" de aversão ao risco.
A disputa sobre o orçamento da maior economia do mundo, que pesou sobre os mercados mundiais até um acordo de última hora no início deste ano, voltou à cena depois que o presidente Barack Obama rejeitou qualquer negociação com republicanos para aumentar o teto da dívida norte-americana.
Os EUA podem ser obrigados a suspender o pagamento de sua dívida nos próximos meses, um ato de consequências imprevistas para a economia em escala global, se o Congresso não autorizar o governo a aumentar o limite de endividamento.
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