A França vai reforçar a ofensiva militar contra extremistas islâmicos no Mali, no norte da África.
Em Paris, capital da França, é segurança máxima com um policiamento ostensivo, para tentar prevenir qualquer atentado terrorista. Em Bamako, capital do Mali, a preocupação é maior, mas, por enquanto, a guerra ainda está a 400 quilômetros de distância.
Para manter ou para empurrar os extremistas islâmicos para mais longe, a cada dia, chegam mais tropas francesas. No sul do Mali, porém, a grande maioria da população está a favor dessa intervenção e, por isso, a sensação é de calma.
A máquina de guerra francesa precisa de alguns dias para poder se mobilizar e enfrentar os rebeldes. Por enquanto, esse trabalho é dos aviões, que bombardeiam cinco cidades dominadas por eles.
Quatro facções rebeldes controlam o norte do país. O grupo tuaregue MNLA reivindica a independência da região desértica do Mali, mas está muito enfraquecido e foi praticamente absorvido pelas outras três. O Ansar Dine luta para implantar a lei islâmica em todo o país.
A Al-Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) é a facção mais radical, e deu origem a outra facção, o MUJAO. Eles são conhecidos por sequestrarem pessoas do ocidente e cometerem atrocidades contra a população.
Uma reunião de generais africanos de vários países que vão enviar tropas para o Mali foi mostrada como um passo importante. A chegada e preparação da máquina de guerra africana, no entanto, é bem mais lenta. Sete países vão mandar tropas que somarão um contingente de 3.300 soldados.
O exercito do Mali está muito desorganizado e a coordenação e treinamento dessas tropas também parece ser algo que vai demorar. Cabe à França o crucial papel de único protagonista dessa guerra nesses primeiros dias e, talvez, ainda por um bom tempo, algo que a incomoda.
O governo francês quer que as tropas africanas tomem a frente o mais rapidamente possível. A razão é tanto militar como política. Quer-se evitar que essa guerra, mais uma vez, possa ser apresentada como, mais uma vez, do ocidente contra um país islâmico, o que serviria de propaganda para atrair ainda mais radicais para lutar no Mali.