23/05/2012 19h55 - Atualizado em 23/05/2012 19h55

Incinerador queima o lixo e produz energia elétrica na Alemanha

Incinerador queima o lixo e energia é aproveitada.
Material queimado abastece 50 mil pessoas e várias indústrias da Baviera

Do G1 SP

A região de Munique, na Alemanha, aprendeu a usar a riqueza que está no lixo. O país é considerado modelo quando o assunto é incineração. A 30 km do município, na zona rural, o incinerador de Geiselbullach é considerado um modelo de eficiência na queima do lixo e no aproveitamento da energia que ele produz.

A usina foi inteiramente financiada pela prefeitura de duas pequenas cidades da Baviera e não tem fins lucrativos. A estrutura, aparentemente complexa, possui o que há de mais moderno para evitar que substâncias tóxicas prejudiquem a saúde humana.

O diretor técnico, Johannes Bruhl, informa que o filtro da chaminé é feito de gorotex, uma membrana artificial, capaz de reter boa parte dos gases, que não é a única barreira para os venenos produzidos pelo lixo. Da sala de comando, é possível controlar a quantidade de toxinas que se formam durante a incineração do lixo. Tecnicamente, os funcionários são capazes de evitar que os elementos tóxicos saiam da usina e contaminem o meio ambiente. Os técnicos fiscalizam 24 horas por dia a formação de cada tipo diferente de gás e podem intervir aumentando a quantidade de substâncias químicas usadas para neutralizar as toxinas.

Metade do lixo produzido por 300 mil habitantes é destruída pelo incinerador, que também produz energia elétrica. A outra parte é reciclada. Bruhl observa que, quando descobriram que a capacidade energética do lixo era quase igual à do carvão, a região mais rica da Alemanha entendeu o quanto desperdiçava. O lixo queimado abastece de energia elétrica 50 mil pessoas e várias indústrias da região, como uma fábrica de pão, que paga contas de luz 30% menores do que antes.

A população que vive perto da usina recebe pelos tubos a água quente que faz funcionar o aquecimento das casas. Quanto maior a tubulação, maior o número de pessoas beneficiadas. O mesmo sistema poderia abastecer a refrigeração de cidades tropicais, que dependem de ar-condicionado.

Caso esse incinerador fosse instalado em São Paulo, teria que ser 35 vezes maior. Seria uma obra gigantesca e não recomendável por causa da segurança. Para resolver o problema do lixo na Grande São Paulo, os especialistas alemães aconselham de cinco a dez incineradores sete vezes maiores do que o Geiselbullach.

No Ministério de Infraestrutura da Baviera, o diretor de mercado estrangeiro Georg Reichl afirmou que o governo local cometeu alguns erros, e gastou muito dinheiro testando tecnologias que não funcionaram muito bem. “Aprendemos muitos e o que podemos fazer agora é repassar o que deu certo”, explica.

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