Economia

Mulher ganha menos em qualquer trabalho

Tanto em cargos menos qualificados quanto em diretoria ou gerência, os salários delas são inferiores aos dos homens

RIO - No último levantamento do Censo 2010, o IBGE mostrou o avanço da mulher no mercado de trabalho. Em 2000, somente 35,4% estavam ocupadas. Em 2010, o número subiu para 43,9%. O que significou alta de 24% na década contra 3,5% dos homens, explicado pelo já alto nível de ocupação masculino de 63,3%. O avanço foi desigual. Em qualquer tipo de trabalho, a mulher ganha menos, e a diferença vai aumentando conforme a escolaridade aumenta.

Assim, nas ocupações elementares (emprego doméstico, de limpeza e as atividades menos qualificadas em diferentes áreas, agricultura, indústria e serviços), a mulher ganha R$ 567 contra R$ 632 dos homens, valor 11,4% maior que o salário feminino. Entre cargo sde diretoria e gerência, as mulheres ganham R$ 3.506 contra R$ 4.015 do homem, salário 14,5% maior. Somente entre os militares, policiais e bombeiros, a mulher ganha ligeiramente a mais. A explicação é a baixa presença das mulheres entre os soldados, com salários menores.

Na proteção social, apesar de estar concentrada em setores mais informais, como o doméstico, “não houve diferença relevante entre os resultados deste indicador para os homens (60,6%) e para as mulheres (60,4%)”, diz a pesquisa.

Em três setores, a mulher consegue ganhar mais que o homem, mas a explicação é a função que ela exerce no segmento. Na indústria extrativa, é minoria nos trabalhos mais pesados e que pagam menos. Ficam mais nas seções administrativas, o que explica o salário dela ser de R$ 2.500, contra R$ 2.262 dos homens. Na construção civil, ocorre o mesmo fenômeno (R$ 1.709 contra R$ 1.031 dos homens), assim como em transporte, armazenagem e correio (R$ 1.394 contra R$ 1.390).